A COMIDA DE RUA NO ESPAÇO DE UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA: PRÁTICAS DE CONSUMO E PERCEPÇÕES DE ESTUDANTES
Setor informal de alimentos. Hábitos alimentares. Percepção alimentar. Consumidores. Universitários.
O padrão de consumo alimentar da população mundial vem mudando, ao longo do tempo, sendo uma das características a alimentação fora do lar, o que inclui a comida de rua (CDR). Nos países em desenvolvimento, devido ao fácil acesso e baixo preço, a CDR, atende parte da população de baixa renda, sobretudo de trabalhadores e estudantes. No entanto, há poucos estudos na literatura considerando os fatores que levam esses estudantes à procura desse serviço. Assim, o presente estudo busca caracterizar práticas de consumo e a percepção sobre comida de rua, entre estudantes de uma universidade pública, no Brasil. Realizou-se um estudo exploratório, quantitativo, junto a 364 universitários de uma instituição pública. A coleta de dados foi feita por meio de um questionário estruturado, autoaplicável, composto por 21 questões, organizadas em três dimensões: Identificação; Hábitos e práticas alimentares; e Percepção de práticas alimentares e da CDR. Os dados foram tratados por análise descritiva, bivariada, e por regressão logística multinomial (p< 0.05). Na amostra, predominaram mulheres (59,3%), de 18 a 22 anos, renda de dois a quatro salários mínimos (56,0%), graduandos (87,4%), das áreas de saúde (32,1%) e exatas (30.2%), que moravam com a família (78.8%). Quanto aos hábitos alimentares, a maioria consumia CDR semanalmente (38.2%), sobretudo em quiosques e vendedores ambulantes, com preferência por lanches. Os fatores que mais influenciaram o consumo foram sabor (70,1%), preço (69,5%), higiene (67,0%), qualidade (66.5%) e conveniência (54,9%). Por outro lado, foi observada elevada preocupação (71,7%) com a segurança da CDR, e uma menor relevância para saúde e nutrição. Variáveis socioeconômicas como sexo, curso e renda, apresentaram associações significativas com os fatores envolvidos no consumo. O consumo da CDR esteve mais atrelado a benefícios como praticidade e comodidade, qualidade, higiene, preço e sabor, que prevaleceram, em relação a preocupações com doenças veiculadas pelos alimentos e com aspectos de saúde e nutrição.