Banca de DEFESA: ANDREA REBOUÇAS ROCHA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ANDREA REBOUÇAS ROCHA
DATA : 10/12/2021
HORA: 14:00
LOCAL: On-line
TÍTULO:

Ocorrência de aflatoxinas B1, B2, G1 e G2 em cervejas produzidas no Brasil e sua avaliação de risco carcinogênico


PALAVRAS-CHAVES:

Aflatoxinas, cerveja, imunoafinidade, CLAE, avaliação de risco


PÁGINAS: 25
RESUMO:

Introdução: Aflatoxinas são metabólitos secundários produzidos por fungos filamentosos que contaminam uma grande variedade de cereais, incluindo ingredientes e adjuntos utilizados no processamento da cerveja. Devido à sua elevada termoestabilidade, as aflatoxinas podem ser transferidas da matéria-prima para a cerveja. A exposição às aflatoxinas é bastante preocupante, pois esses contaminantes apresentam elevado potencial tóxico com efeitos carcinogênicos, teratogênicos e mutagênicos. A cerveja é a bebida alcóolica mais consumida no Brasil, e assim, faz-se necessário avaliar a ocorrência das aflatoxinas e avaliar o risco carcinogênico decorrente da exposição a esses contaminantes. 

No primeiro capítulo deste estudo, se apresenta uma revisão da literatura sobre a ocorrência de aflatoxinas em cerveja, a transferência da matéria-prima para a bebida e os métodos utilizados para identificação e quantificação. No segundo capítulo, se apresenta a investigação da ocorrência desses contaminantes em cerveja, envolvendo a validação da metodologia analítica, aplicação da metodologia em amostras comercializadas no Brasil e a avalição do risco carcinogênico.

Objetivos: Os objetivos deste estudo foram (i) avaliar a ocorrência das aflatoxinas B1, B2, G1 e G2 em cervejas, com e sem adjuntos, comercializadas no Brasil e (ii) realizar avaliação de risco carcinogênico decorrente da exposição às aflatoxinas pelo consumo dessas cervejas.

 

Método: Foram analisadas 60 amostras de cerveja (30 com adjunto e 30 sem adjunto) das principais marcas industriais comercializadas no Brasil. Um método analítico por CLAE com detecção por fluorescência foi padronizado. A extração e purificação das aflatoxinas foram realizadas em colunas de imunoafinidade. O limite de quantificação (LQ) variou de 10 a 30 ng.L-1 e as recuperações médias foram 88,5%, 98,0%, 98,3%, 110,1%, para AFB1, AFB2, AFG1 e AFG2, respectivamente. O método padronizado apresentou seletividade, especificidade, precisão e exatidão satisfatórias, cumprindo com os requisitos estabelecidos pelo INMETRO. A avaliação de risco foi realizada através da determinação da margem de exposição (MOE) em dois cenários: consumo médio e alto consumo para homens e mulheres separadamente.

Resultados e discussão: Do total das amostras de cerveja (n=60), 88,3% apresentaram a ocorrência de, no mínimo, uma das aflatoxinas. Os níveis medianos das AFB1, AFG1 e AFG2 foram inferiores ao LD/LQ. A AFB2 apresentou os níveis mais elevados de contaminação nas amostras analisadas. Houve diferença significativa entre os níveis de AFB2 nas amostras de cerveja com e sem adjunto (p=0,003), os teores medianos de AFB2 foram de 27,0 e 40,4 ng.L-1 para o grupo de cerveja com e sem adjunto, respectivamente. Em oposição aos nossos resultados, estudos que realizaram investigação similar em outros países sugerem que o uso de adjuntos pode contribuir para a ocorrência de aflatoxinas nessa bebida. Neste estudo, identificamos que além da necessidade de avaliar a ocorrência das aflatoxinas nos adjuntos cervejeiros, também é preciso realizar essa investigação no malte de cevada utilizado para a produção de cerveja no Brasil.

 No que concerne a avaliação de risco, os valores da MOE correspondente ao consumo elevado de cerveja (> 160 mL/dia) foi de 5303 para a cerveja com adjunto e de 3643 para cerveja sem adjunto. A caracterização do risco mostrou que pessoas que bebem mais de 1,1 L de cerveja por semana podem estar expostas aos efeitos carcinogênicos da AFB2, esse risco é mais elevado para o consumo de cerveja sem adjunto. Esses dados podem contribuir para que as autoridades competentes possam estabelecer limites máximos tolerados de aflatoxinas em cerveja.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2181841 - JOSE ANTONIO MENEZES FILHO
Interna - 225.961.678-08 - ALINE CAMARÃO TELLES BIASOTO - EMBRAPA
Externa à Instituição - KARIM CRISTINA PIACENTINI
Notícia cadastrada em: 18/11/2021 18:04
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