Biossíntese alternativa de goma xantana em água residual da indústria de petróleo e resíduo de mandioca: produção e caracterização
Xantana; viscosidade; resíduos; Xanthomonas axonopodis pv manihotis
A goma xantana é um exopolissacarídeo microbiano que apresenta vasta aplicação industrial devido a propriedades desejáveis, tais como, elevada viscosidade, solubilidade em água, estabilização de emulsão e formação de gel. Nos últimos anos, estudos têm buscado avaliar a produção de goma xantana a partir da utilização de diferentes resíduos agroindustriais, a fim de reduzir custos e agregar valor aos produtos. Dessa maneira, este trabalho objetivou avaliar a produção de goma xantana em água residual da indústria petroquímica suplementada com resíduo do processamento da mandioca, bem como caracterizar os biopolímeros obtidos. Incialmente foram avaliadas a composição físico-química e de metais na água residual da indústria petroquímica (água produzida) e a composição centesimal (umidade, proteína, lipídios, carboidratos e cinzas) do resíduo do processamento da mandioca. A produção foi realizada em shaker a 180 rpm, 30 °C, durante 72-96h de fermentação, sendo incorporado ao meio fermentativo 50 mL de água produzida e resíduo de mandioca (2% m/v). As gomas obtidas foram caracterizadas quanto à reologia (viscosidade aparente), índice de emulsificação, espectroscopia no infravermelho (FTIR) e estabilidade térmica (TGA/dTGA). A produção máxima foi obtida em 72 horas de fermentação (6,80 g L-1), os resultados demonstram que não houve diferença significativa entre os tempos avaliados (p ≤ 0.05). As viscosidades obtidas para as gomas foram 11,07 e 10,11 mPa⋅s, (72 e 96h respectivamente) a 25°C e 25s-1 e à medida que a taxa de cisalhamento aumentou (1000s-1), os valores de viscosidade reduziram (2,44 e 2,30 mPa⋅s para 72 e 96 h respectivamente), confirmando a sua característica pseudoplástica. O índice de emulsificação para as gomas de ambos os tempos, foi igual ou superior 50%, sendo considerado um bom agente emulsificante. Os resultados de FTIR demonstraram que as gomas obtidas nos diferentes tempos de fermentação apresentaram um comportamento espectral similar. As amostras apresentaram quatro eventos térmicos característicos da goma xantana e boa estabilidade térmica quando comparados com a goma comercial. Diante disto, os resultados mostram a possibilidade de produção de goma xanatana em meio à água produzida e resíduo de mandioca.