Ocorrência de aflatoxinas B1, B2, G1 e G2 em cervejas produzidas no Brasil e sua avaliação de risco carcinogênico
Aflatoxinas, cerveja, imunoafinidade, CLAE, avaliação de risco
A ocorrência das aflatoxinas (B1, B2, G1 e G2) foi investigada em 60 amostras de cervejas das principais marcas, com e sem adjunto, produzidas no Brasil. Um método analítico foi padronizado e validado por cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) com detecção por fluorescência. A extração foi realizada em colunas de imunoafinidade após desgaseificação das amostras em banho de ultrassom. O limite de quantificação (LQ) variou de 10 a 30 ng.L-1 e a recuperação média foi de 88,5%, 98,0%, 98,3%, 110,1%, para AFB1, AFB2, AFG1 e AFG2, respectivamente. As amostras de cerveja sem adjunto apresentaram níveis mais elevados de AFB2 (p=0,003) e número superior de amostras com ocorrência simultânea de aflatoxinas, quando comparado com amostras com adjunto. A AFB2 apresentou maior incidência nas amostras, com medianas de 27,0 e 40,4 ng.L-1 para o grupo de cervejas com e sem adjunto, respectivamente. As medianas dos níveis de AFB1, AFG2 e AFG1 foram inferiores aos limites de detecção (2,5 a 7,5 ng.L-1). Das 60 amostras analisadas, 88,3% apresentaram ocorrência de, no mínimo, uma das aflatoxinas e as medianas dos teores de aflatoxinas totais (AFT) e AFB1 nas amostras positivas, foram 40,9 e 16 ng.L-1, respectivamente. Foi realizada a caracterização do risco carcinogênico para exposição às AFB2 e AFT através da estimativa da margem de exposição (MOE). O consumo elevado de cerveja pode representar risco de exposição aos efeitos carcinogênicos das aflatoxinas, sendo surpreendentemente mais acentuado para o consumo de cervejas sem adjunto, as famosas puro malte, produzidas no Brasil.