Banca de DEFESA: SANDRA ALVES IRUJO

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : SANDRA ALVES IRUJO
DATA : 11/12/2020
HORA: 14:00
LOCAL: Videoconfêrencia
TÍTULO:

Trajetória de Mulher na Gestão da Auditoria SUS/BA de 1999 a 2019


PALAVRAS-CHAVES:

Trajetória. Mulher no Serviço Público. Cargos de Gestão.


PÁGINAS: 239
RESUMO:

A participação feminina no mercado de trabalho vem avançando ao longo dos anos, chegando ao patamar de 61,6% no ano de 2015, com tendência de crescimento até 2030. Com isso, a diferença entre a taxa masculina, ainda que em queda, perfaz 22 pontos. No âmbito do serviço privado e público, a participação feminina em cargos de gestão atinge 39,1%, evidenciando um predomínio dos homens nos postos de decisão. Contudo, evidencia-se no setor de Auditoria na Secretaria da Saúde do Estado da Bahia do Sistema Único de Saúde (SUS Bahia) que, desde a sua criação, apresenta prevalência de mulheres em cargos de gestão, em quantidade significativamente maior que a dos homens. Dessa forma, esta dissertação teve como objetivo geral compreender as trajetórias de mulheres na ocupação de cargos de gestão na Auditoria SUS Bahia, no período de 1999 a 2019; e como objetivos específicos: descrever o arranjo organizacional da Auditoria SUS Bahia, as mulheres que ocupam e que ocuparam cargos de gestão, a trajetórias dessas mulheres; e interpretar essas trajetórias. Para o cumprimento desses objetivos, adotou-se uma estratégia metodológica composta de dois eixos que se desenvolveram paralelamente e se complementam: abordagem teórica, na qual se destaca a concepção de trajetória profissional; e pesquisa de campo sobre as trajetórias de 13 mulheres que ocupam e ocuparam cargos de gestão na Auditoria SUS Bahia, no período de 1999 a 2019. Os resultados revelaram a evolução do arranjo organizacional dos cargos da Auditoria SUS Bahia, sendo constituído e valorado por símbolos, quantidade e atribuições, em aderência às reformas administrativas ocorridas no nível estadual e às normativas legais, resultando para o órgão um ganho de status e de importância. Ademais, a maioria das mulheres estudadas adentrou no serviço público na década de 1980 e 1990 e possui o perfil de casadas, com filhos e mais velhas, além de grande capacitação técnica. Destacaram-se: a escolha pelo serviço público motivada pela vocação e aderência com os valores do SUS, a influência da família, a falta de perspectiva no privado, a estabilidade. Ao persistir na carreira e na busca por novos desafios, foi evidenciada a satisfação na escolha e com o sucesso fruto do desenvolvimento do seu trabalho. A valorização da gestão feminina se destacou nas características naturais do ser mulher, sendo esse um perfil de comportamento incorporado no cotidiano de trabalho na gestão, além de algumas estratégias que são identificadas como facilitadores no enfrentamento dos desafios na ocupação do cargo, como o incentivo à participação e da escolha da equipe, à transparência, à conciliação para dirimir os conflitos e ao se colocar no lugar do outro, procurando ser justa. Entre idas e vindas, os desafios são superados principalmente à conciliação em algum momento da sua vida pessoal com o trabalho, o que requer um esforço em equilibrar esses espaços, apesar da rotina sobrecarregada com as responsabilidades do cargo e do sentimento de culpa pelo tempo depreendido à família, que, apesar de pouco, é intenso. A maturidade, a estrutura familiar e o equilíbrio emocional são pontos fortes que neutralizam essas dificuldades, sendo, estratégias utilizadas em busca de uma qualidade de vida. O convite para assumir os postos ocorre durante a trajetória e considera o conhecimento técnico e a dedicação da mulher, sendo este um caminho percorrido pela maioria. Contudo, identificou-se que nem todas têm ou tinham o objetivo de ascender na hierarquia dos cargos, apesar de, ao estar neles, ser uma oportunidade de contribuir e vivenciar novas experiências. As questões políticas de um cargo comissionado acabam por promover uma descontinuidade na trajetória profissional na ocupação do cargo; entretanto, a satisfação com o trabalho e a capacidade técnica são elementos que sobrepujam os desafios impostos em uma posição de decisão, não sendo evidenciados, para a maioria das mulheres estudadas, vestígios de preconceitos vivenciados durante a trajetória. Ao dar voz a essas mulheres servidoras públicas, buscou-se salientar o esforço e o avanço na trajetória profissional, mesmo considerando as dificuldades na conciliação dos papéis socialmente ainda impostos à mulher.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - ANA PAULA CHANCHARULO DE MORAIS PEREIRA - UNEB
Presidente - 2179370 - MONICA DE AGUIAR MAC ALLISTER DA SILVA
Externo à Instituição - MÔNICA CARVALHO ALVES CAPELLE - UFLA
Notícia cadastrada em: 04/12/2020 15:30
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