A INFLUÊNCIA DO PATRIARCADO NO ACESSO DE MULHERES A CARGOS DE DIREÇÃO EM INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL, CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA (IFEPCT) DO ESTADO DE MINAS GERAIS
Patriarcado. Divisão Sexual do Trabalho. Gestão Universitária. Mulheres em cargos de direção.
Esta dissertação de mestrado tem por objetivo identificar os fatores que influenciam o acesso de mulheres a Cargos de Direção (CD) no Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) e nos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs), localizados no Estado de Minas Gerais (MG), considerando o sistema patriarcal vigente. Para a execução dessa pesquisa partiu-se inicialmente de uma pesquisa bibliográfica, a fim de delinear um marco teórico capaz de trazer entendimento sobre os temas tratados, principalmente, sobre o sistema do patriarcado, que se impõe, levando as mulheres desse, e de outros contextos, a uma condição de subalternidade. Após a estruturação do referencial foram construídos dois roteiros para a pesquisa de campo. O primeiro se constituiu como um guia semiestruturado para os grupos focais – com gestoras e com gestores e o segundo, também um guia semiestruturado, para a condução das entrevistas com seis gestoras das Instituições CEFET-MG, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais (IFMG), Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais (IFNMG), Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais (IFSUDESTEMG), Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais (IFSULDEMINAS) e Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triangulo Mineiro (IFTM). Os resultados apontam que há uma baixa representatividade feminina em CDs, reflexo das pressões impostas às mulheres em um sistema patriarcal. Percebe-se ainda a fragmentação do trabalho, mais especificamente a partir do recorte de gênero, o que impede a ascensão das mulheres no referido contexto. A principal barreira apontada pelas entrevistadas vincula-se às jornadas duplas e triplas de trabalho, levando-as a considerar, inclusive, que a limitação é de ordem pessoal e não institucional ou estrutural. As falas dessas mulheres carregam traços de uma cultura machista, misógina e patriarcal, levando-nos a crer que as óticas apresentadas nessa pesquisa, na perspectiva mais conceitual, são desconhecidas por elas, uma vez que seus posicionamentos refletem posições bem individualista e voltadas para a carreira, em desalinho com a proposta que se discute na atual “onda” feminista - o empoderamento, como sendo uma busca coletiva. Também se observa um desconhecimento sobre a influência do patriarcado.