Envelhecimento psicoativo: práticas, sentidos, e aspectos geracionais do consumo de drogas.
Psicoativos; Envelhecimento; Geração
Observando a lacuna referente à escassez de pesquisas orientadas para a compreensão dos modos de consumo de psicoativos na velhice, esta pesquisa etnográfica percorre a memória e a história de vida de sujeitos consumidores de psicoativos da rede próxima ao pesquisador em Salvador – BA e Natal-RN através de entrevistas e observação participante. A particularidade geracional da “contracultura” se apresenta com destacada importância na construção dos modos de relação com os produtos psicoativos, assim como as repercussões do envelhecimento. Apresentamos, assim, uma descrição aprofundada dos sentidos e práticas associadas por nossos interlocutores ao consumo de psicoativos nos cursos de vida e no recurso aos psicoativos no processo de envelhecimento. Podemos perceber a importância e as transformações de sentido e expectativas na ingestão de psicoativos nessas pessoas cuja geração esteve atravessada por valores e práticas libertárias, antiautoritárias e com uma maneira bastante particular de gerir as relações com os psicoativos e a ideia de juventude. O contexto contemporâneo do uso de drogas, portanto, se mostra permeado pelas formas como nossos amigos vivenciam o próprio envelhecimento e pelas marcas compartilhadas da geração que chega agora à velhice.