Banca de DEFESA: CRISTIANE LEMOS CARVALHO DE OLIVEIRA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : CRISTIANE LEMOS CARVALHO DE OLIVEIRA
DATA : 21/02/2022
HORA: 14:00
LOCAL: Ambiente remoto PPGSAT
TÍTULO:

Carga vocal de professores universitários: estudo exploratório


PALAVRAS-CHAVES:

docentes, professores do ensino superior, professor universitário, carga vocal, dose vocal, monitoramento vocal, disfonia


PÁGINAS: 158
RESUMO:

Introdução: o uso intensivo da voz sob altos níveis de ruído e acústica inadequada são fatores de risco para disfonias. Porém, os limites seguros para prevenção ainda são desconhecidos e as propostas de intervenção coletiva são limitadas. Objetivo: verificar os efeitos da carga vocal em uma sala de grande capacidade na qualidade vocal de professores universitários. Método: estudo exploratório, observacional, longitudinal, com grupo único de sujeitos e dados primários de monitoramento vocal durante duas semanas. Foram realizadas caracterização acústica da sala, avaliação perceptivo-auditiva e acústica das amostras de voz antes e após e dosimetria vocal durante as aulas. O tratamento estatístico dos dados consistiu em análise descritiva e método de aleatorização, adotando-se o nível de significância estatística de p<0,05. Resultados: a prevalência de distúrbios de voz foi de 20%. Todos os participantes afirmaram falar alto nas aulas e a maioria (80%) referiu alteração vocal nos últimos seis meses e problemas de saúde relacionados à voz. A sala de aula desocupada apresentou níveis de pressão sonora equivalente, variando entre 55 dB e 57,3 dB. Os tempos de reverberação variaram de 1,12 s a 3,24 s (nas frequências de 250 Hz a 8000 Hz) e os índices de transmissão de fala, de 0,31 a 0,38. Os docentes apresentaram altas doses vocais em sala de aula com uso de intensidades elevadas, variando de 108,66 dB a 118,97 dB. Na análise descritiva, houve elevação da média, após as aulas, nas duas semanas, do escore geral do CAPE-V (4,6mm e 11mm), do jitter (0,08% e 0,01%), da frequência fundamental da vogal (7,2 Hz e 15,35 Hz) e da fala encadeada (17,42 Hz e 8,7 Hz) e da intensidade média (2,40 dB e 1,73 dB) e máxima (1,79 dB e 1,59 dB). As médias dos Índices de Fadiga Vocal apresentaram-se fora da normalidade, elevando-se na segunda semana (18 e 22,6). Foram encontradas diferenças significativas nas variáveis de ruído (antes da aula entre as semanas, pseudo p-valor = 0,02) e intensidade máxima, (depois da aula entre as semanas e entre o início e o final do estudo, pseudo p-valor = 0, para ambas). Houve correlação significativa entre tempo de fonação e grau geral do CAPE-V (pseudo p-valor=0,02) e entre dose de distância e intensidade máxima (pseudo p-valor=0,02). Conclusões: as doses e os Índices de Fadiga Vocal mostraram-se elevados, possivelmente impactados pela demanda vocal de sala de aula. A elevação da média do Índice de Fadiga Vocal na segunda semana pode ser decorrente do aumento da sensação de fadiga cumulativa. O CAPE-V pode auxiliar no acompanhamento longitudinal de professores no ambiente laboral, auxiliando no acompanhamento da instalação de um possível DVRT. A dose de distância pode ser útil no monitoramento vocal e novos estudos a partir dela poderão fornecer dados para o estabelecimento de doses vocais seguras para professores. Sugerem-se novos estudos com amostras maiores e em sala de aula condicionada acusticamente, visando investigar possíveis relações entre demanda, resposta à demanda, esforço e fadiga vocal em diferentes contextos ocupacionais e prover dados para intervenções coletivas.


MEMBROS DA BANCA:
Interna - 1505100 - DENISE NUNES VIOLA
Interna - 1567757 - MARIA LUCIA VAZ MASSON
Externo à Instituição - LADY CATHERINE CANTOR CUTIVA
Notícia cadastrada em: 16/05/2022 11:50
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