INDICADORES DE MORTALIDADE POR COVID-19
EM TRABALHADORES DA SAÚDE
Mortalidade, Pessoal de Saúde, COVID-19.
Introdução: Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 1 milhão de casos de COVID-19 foram registrados em profissionais da saúde até o final de janeiro de 2021, em 183 países. O Brasil ocupa segundo lugar no número de óbitos no ranking mundial, atrás somente dos Estados Unidos da América (EUA) e Índia. Nesse contexto, ficou evidente a ausência de dados oriundos dos sistemas de informação sobre a saúde do trabalhador no Brasil. Presenciou-se um apagão de algumas ocupações em detrimento de outras, limitando e dificultando a atuação da vigilância em saúde no planejamento de ações direcionadas para a proteção dos trabalhadores. Objetivo: Estimar indicadores de mortalidade e impacto por COVID-19 em diferentes grupos de trabalhadores da saúde na Bahia, no período entre 2020 e 2022. Método: Foi realizado um estudo epidemiológico, descritivo e exploratório. Os óbitos foram extraídos do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). Os dados populacionais foram obtidos dos Conselhos de Classe, do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) e Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI). O coeficiente de mortalidade foi calculado e apresentado por mil trabalhadores. Anos Potenciais de Vida Perdidos (APVP) e Anos Produtivos de Vida Perdidos (APrVP) por COVID-19 foram estimados, em cada faixa etária. Foi realizada uma análise entre os coeficientes de mortalidade e taxa de vacinação contra COVID-19. Resultados: Do total de óbitos (n=403), a maior parte era do sexo feminino (63,3%), com idade igual ou superior a 40 anos (85,4%), da raça/cor da pele parda (52,1%) e com ensino médio e técnico (48,1%). Os maiores coeficientes de mortalidade foram observados em Biólogos, Cuidador de Idosos/em Saúde, Terapeutas Ocupacionais e Veterinários/Zootecnistas. Com relação à evolução da mortalidade observou-se a presença de três ondas, com redução dos óbitos após o início da vacinação. No total, foram estimados 6.771 APVP e 6.778 APrVP, com maior impacto no sexo feminino, na faixa etária de 40 a 49 anos e nas categorias profissionais que atuam diretamente nos cuidados assistenciais. Discussão: Através do levantamento dos óbitos foi possível estimar indicadores de impacto, que revelam o valor social da mortalidade prematura e a redução da força de trabalho. Dessa forma, quando a morte ocorre em uma fase em que a vida é potencialmente produtiva, ela tinge não somente o indivíduo, mas também a sociedade como um todo, pois perde-se o seu potencial econômico e intelectual. Conclusão: Os resultados mostraram um elevado impacto gerado pela COVID-19 na força de trabalho em saúde da Bahia, principalmente em grupos de trabalhadores invisibilizados.