PRODUTIVIDADE DE MATÉRIA ORGÂNICA FOLIAR EM UM RIACHO DE MATA ATLÂNTICA
Zonas ripárias; riachos de cabeceira; matéria orgânica alóctones
Zonas ripárias são consideradas ecótonos e as folhas fornecidas pela vegetação ripária é a principal fonte de recurso energético para riachos de cabeceira. Esses riachos dependem da entrada de matéria orgânica (MO) fornecida pela vegetação riparia para a ciclagem carbono e nutrientes. As plantas perdem suas folhas ao longo do tempo de acordo com a fenologia das espécies e a precipitação e temperatura são apontadas como os maiores direcionadores desse processo. O objetivo desse trabalho foi avaliar a entrada da MO alóctone e as principais espécies de plantas que contribuem para o aporte de MO ao longo de cinco anos em um riacho de Mata Atlântica. Foram utilizados baldes, redes suspensas e redes no solo para coleta do material nos aportes verticais, terrestres e laterais, respectivamente. Para o estoque bêntico, foi feito o arraste com surber no fundo do riacho. As coletas foram feitas trimestralmente ao longo dos anos para obter representatividade sazonal. 2015 e 2016 diferiram dos outros anos. Os primeiros trimestres dos anos foram significativamente diferentes devido à estiagem. O aporte lateral teve a maior contribuição de MO e o aporte vertical o menor. A temperatura influenciou positivamente a entrada da MO e a precipitação negativamente na entrada de folhas nos aportes. As espécies que mais contribuíram para a entrada de MO foram: Miconia dodecandra, Brosimum guianense, Miconia mirabilis, Adenocalyma coriaceum, Bauhinia cheillantha, Stryphnodendorn pulcherrimum e Pera glabrata. Essas espécies são comuns em zonas ripárias e podem ser estudadas futuramente como potenciais espécies para planos de recuperação de áreas degradadas. Estudos de longo prazo se mostrou importante para entender melhor a dinâmica de MO em riachos de cabeceira