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Banca de DEFESA: LUIZA BEATRIZ FERNANDES DE OLIVEIRA

Passivos Ambientais e o Porto Sul: uma análise a partir do serviço
ecossistêmico de estoque de carbono em Aritaguá, Ilhéus, BA

Estoque de Carbono, Serviços Ecossistêmicos, Passivos Ambientais, Complexo-Portuário.

O estoque de carbono é um serviço ecossistêmico, um dos vários benefícios
fornecidos pela natureza. As ações antrópicas, principalmente em virtude do
crescimento econômico por meio de implantação e manutenção de empreendimentos,
têm sido responsáveis pela perda e comprometimento dos benefícios provenientes de
serviços ecossistêmicos. Esta pesquisa objetivou mensurar o passivo ambiental de perda
de um dos mais importantes serviços ecossistêmicos desempenhados pelas florestas
tropicais, o estoque de carbono, na área de implantação do Porto Sul, um grande
complexo portuário que encontra-se em sua fase de instalação no município de Ilhéus
no interior da Bahia. Mapeou-se diferentes fitofisionomias presentes na área de
influência do empreendimento, destacando-se floresta em estágio inicial e médio de
regeneração, restinga, mangue e agroflorestas de cacau (Theobroma cacau) em um
sistema tradicional regionalmente conhecido como cabruca. Para cada fitofisionomia a
biomassa acima do solo foi calculada por meio de equações alométricas e a ferramenta
Empirical Bayesian Kriging foi utilizada como método de interpolação geoestatística.
Após a quantificação da biomassa acima do solo, precificou-se o total de carbono
encontrado em cinco cenários de preço diferentes e adicionou-se à análise econômica o
preço do produto florestal madeireiro e o de restauração para se chegar ao custo de
oportunidade do empreendimento. A média de estoque de carbono por fitofisionomia
foi de 2,77 t/ha-¹ para cabruca, 2,90 t/ha-¹ na floresta em estágio inicial de regeneração,
3,39 t/ha-¹ na floresta em estágio médio de regeneração, 2,06 t/ha-¹ restinga e 3,15 t/ha-¹
mangue. O preço do carbono teve uma variação de U$ 44,402.05 tC/ha/ano à U$
1,291,696.00 tC/ha/ano, o preço do produto florestal madeireiro foi de U $58,541.26 e o
custo médio por hectare para restaurar a área com vegetação nativa foi de U$2,562.91,
cabruca U$31,583.40, restinga U$2,978.83 e no mangue U$2,976.80. Assim, foi
possível quantificar e precificar um dos vários serviços ecossistêmicos afetados com a
chegada do Porto Sul no município de Ilhéus. Mensurar os passivos ambientais desses
empreendimentos são fundamentais para o monitoramento dos efeitos das ações
humanas na biodiversidade, concomitante a isso a análise econômica avalia em uma
esfera social uma das consequências da degradação desses ecossistemas.