METODOLOGIAS PARA AVALIAR IMPACTOS DA POLUIÇÃO SOBRE BIVALVES (MOLLUSCA, BIVALVIA) DE COSTÕES ROCHOSOS TROPICAIS
Bioindicadores, sentinelas ambientais, mexilhões, costões rochosos
Os ecossistemas marinhos, especialmente os próximos dos centros urbanos, são usados para exploração de recursos (atividade portuária, turismo, pesca, extração de mariscos), e frequentemente são destino de resíduos de atividades humanas. No ambiente costeiro, além de outros tipos de poluição como plástico, é comum a presença de esgotos. Em contato com a água do mar, a poluição por esgoto pode se dissipar e originar diferentes gradientes, originando gradientes de salinidade, temperatura, pH, nutrientes e metais pesados que podem impactar a macrofauna bentônica, incluindo organismos indicadores de qualidade ambiental como os mexilhões. Diversos métodos são utilizados para detectar o efeito da poluição nos mexilhões. O objetivo desta revisão foi analisar estudos sobre poluição por esgoto e hidrocarbonetos em bivalves de costões rochosos tropicais, avaliando as metodologias mais utilizadas e difundidas para bivalves como bioindicadores. Realizamos a pesquisa em bases de dados conceituadas e utilizamos algoritmos computacionais para auxiliar na definição das palavras-chave. Foram encontrados um total de 514 artigos. Após a aplicação dos critérios de corte, deste total foram eleitos 41 para leitura detalhada e incluídos 33 para análise final. Majoritariamente os métodos utilizados tinham foco em análises físico-químicas da concentração das substâncias tóxicas nos tecidos e conchas dos bivalves. Métodos ecológicos, com foco na composição das assembleias de bivalves e variação das espécies em relação a poluição costeira, foram menos frequentes. Estudos que avaliam aspectos ecológicos dos bivalves podem complementar os estudos químicos e assim serem alternativas robustas em estudos com bioindicadores. Assim, recomendamos que mais estudos ecológicos, com foco em populações e comunidades de bivalves, sejam realizados em regiões tropicais.