Banca de DEFESA: LEANDRO ALVES DA LUZ

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : LEANDRO ALVES DA LUZ
DATA : 29/07/2021
HORA: 14:00
LOCAL: https://www.youtube.com/user/labvideoisc
TÍTULO:

Morbidade materna grave: evolução temporal, principais causas e efeito da atenção primária à saúde sobre as hospitalizações por esses agravos no Brasil.


PALAVRAS-CHAVES:

Atenção Primária à Saúde; Morbidade Materna Grave; near miss; Hospitalização; Avaliação do Impacto na Saúde.   


PÁGINAS: 152
RESUMO:

A morbidade materna grave (MMG) é uma situação de gravidade obstétrica com potencial risco de morte no ciclo gravídico-puerperal e importante indicador para monitorar, avaliar a qualidade e melhorar os cuidados de saúde materna. Esse problema é potencialmente evitável por um conjunto de ações da atenção pré-natal (APN), que representa ação basilar no escopo de atividades desenvolvidas na Atenção Primária à Saúde (APS). Esta Tese teve como objetivo caracterizar a MMG, descrever sua tendência temporal e avaliar o efeito da Estratégia de Saúde da Família considerando a cobertura da APN sobre a evolução da MMG e suas causas específicas nos municípios brasileiros. A tese foi construída no formato de três artigos, sendo o primeiro um ensaio que teve como objetivo apresentar e discutir os conceitos e critérios utilizados para a classificação do near miss materno ou MMG no mundo. O estudo evidenciou existência de polissemia de termos e definições, bem como ausência de consenso na sua definição o que contribui para que a carga global e a extensão do problema em todo mundo não sejam plenamente conhecidas. Os esforços na criação de indicadores de MMG para compreensão da carga global de doença no ciclo gravido-puerperal e para monitorar e avaliar a qualidade da saúde materna demonstraram avanços nas proposições de classificações mais sensíveis e adequadas aos diversos contextos em cada país. Entretanto, diversos desafios ainda permanecem, especialmente relacionados as distintas classificações amplamente utilizadas, sendo necessário a padronização dos critérios para comparar os diferentes cenários, em períodos distintos e avaliar o impacto das intervenções. O artigo 2, teve como objetivo analisar as tendências temporais das taxas de hospitalizações por MMG e de suas principais causas, no Brasil e regiões no período de 2000 a 2017 e utilizou o modelo de regressão segmentada para estimar a variação anual percentual média (Annual Percent Change – APC) em segmentos específicos de uma série histórica e a média ponderada dos APC obtidos na análise segmentada (Average Annual Percent Change – AAPC). Os resultados deste artigo mostraram aumento (AAPC=3,1; IC95%: 2,3;3,9) nas taxas de hospitalização por MMG no Brasil, e na maior parte das Regiões. A análise das causas específicas demonstrou aumento nas taxas de hospitalizações por eclampsia (AAPC=14,9%; IC95%: 8,3; 21,9), admissão em UTI (AAPC=7,1%; IC95%:3,7;10,6) e pré-eclâmpsia (AAPC:6,6; IC95%:5,2;8,0); estabilidade nas taxas de hospitalizações por hemorragia grave (AAPC: -0,4; IC95%: 1,7;0,8); e redução nas taxas de hospitalizações por sepse (AAPC=-2,7; IC95%:-3,8; 1,6), com comportamentos distintos entre as Regiões. O último artigo da tese avaliou os efeitos da expansão da cobertura da ESF e APN sobre as hospitalizações por MMG e segundo causas específicas de síndromes hipertensivas e sepse, nos municípios brasileiros, através de modelos de regressão com resposta binomial negativa e efeitos fixos. Os resultados revelaram que a consolidação da ESF e APN esteve associada ao aumento das hospitalizações por MMG (RR=1,64; IC95%:1,60-1,67) e por síndromes hipertensivas (RR=1,70; IC95%:1,66-1,75) e redução das hospitalizações por sepse (RR=0,83; IC95%: 0,80-0,87) em municípios brasileiros. Os efeitos da APS e APN parecem indicar falhas na APN, mas os achados podem revelar que as hospitalizações podem ter ocorrido no espectro de maior gravidade e por isso não eram evitáveis e que os encaminhamentos ocorreram de forma oportuna para o nível de maior densidade tecnológica, evitando possíveis complicações ou óbito. Os resultados têm implicações importantes para o modelo de saúde centrado na APS e do papel do pré-natal no ciclo gravídico-puerperal. Desse modo, destaca-se a necessidade de fortalecimento de políticas destinadas ao ciclo gravídico-puerperal e qualificação da APN, enquanto atividade basilar da ESF visando a prevenção de MMG e suas complicações que impactam na vida das mulheres.


MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - MARIA DO CARMO LEAL - Fiocruz - RJ
Externo à Instituição - FÚLVIO BORGES NEDEL - UFSC
Interna - 1226136 - JOILDA SILVA NERY
Interna - 2195844 - LEILA DENISE ALVES FERREIRA AMORIM
Presidente - 284.048.585-00 - ROSANA AQUINO GUIMARAES PEREIRA - UFBA
Notícia cadastrada em: 22/07/2021 20:58
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