Banca de DEFESA: PRISCILA COIMBRA ROCHA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : PRISCILA COIMBRA ROCHA
DATA : 12/12/2022
HORA: 14:00
LOCAL: https://www.youtube.com/user/labvideoisc
TÍTULO:

Sobre viver: mulheres negras em trajetórias de desinstitucionalização, uma perspectiva interseccional. Ome ife ukwu, “aquela que faz coisas incríveis”.


PALAVRAS-CHAVES:

Desinstitucionalização. Saúde Mental. Interseccionalidade. Mulher negra.


PÁGINAS: 241
RESUMO:

Trajetórias de mulheres negras loucas devem ser teorizadas, pois dizem de processos individuais e coletivos, de como se organizam sistemas de poder que operacionalizam opressões, ao classificarem e hierarquizarem grupos sociais, e de como estes determinam quem são os corpos, que, marcados em seus grupos, são elegíveis para tipificações de morte, encarceramento e adoecimento, inclusive o mental. A tese objetiva analisar em perspectiva interseccional como mulheres negras com narrativas de adoecimento e experiências de sofrimento psíquico constroem trajetórias de desinstitucionalização em saúde mental. A pesquisa é de abordagem qualitativa, de inspiração etnográfica realizada entre 2015/2016 e 2020/2021 com mulheres negras que vivenciam processos de adoecimento mental, bem como processos de recuperação, e pessoas que venham a falar dessas experiências, atendidas em serviços de saúde mental de Salvador – BA. A amostra é intencional, feita a partir da técnica de seleção bola de neve. Interseccionalidade foi tomada como perspectiva teórica e metodológica, orientada a partir da teoria e método feminista e do feminismo negro. Para a análise interseccional a abordagem foi intracategorial, por meio de entrevistas narrativas, em perspectiva biográfica, para conhecer as experiências de vida concretas das mulheres em contextos. A interpretação foi feita a partir da análise de entrevistas narrativas. As trajetórias das mulheres negras desta tese têm semelhanças quanto aos efeitos coletivos do racismo estrutural e individuais do trauma colonial. Observou-se o racismo a estrutur a vida destas mulheres, com implicações psíquicas sobre suas histórias, interseccionalizadas em raça e gênero por processos de racismo genderizado. Observou-se também a herança do trauma colonial, nas similaridades e particularidades quando das suas possibilidades no cotidiano privado e público das mulheres negras quanto à: vida em família, suas infâncias, acesso à educação e ao trabalho formal, possibilidades e formas de maternar, dificuldade de nomear o racismo, vitimizando e silenciando-as, para quais olhar psiquiatrizado foi lançado a produzir cabimento e algum cuidado. As trajetórias das mulheres negras, desta tese, têm a ensinar que é necessário e preciso racializar o cuidado em saúde mental, informado por matrizes interseccionais que considerem raça e gênero marcadores sociais da diferença que determinam as formas de viver, para perceber como o racismo genderizado atravessa e transversaliza as trajetórias de vidas de mulheres negras, com violência, moldando histórias de sofrimento psíquico e adoecimento mental. Mas não somente, há resistências, passivas e ativas. Vez racializado apontar a equidade na produção de cuidado em saúde mental.


MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - SÔNIA BARROS - USP
Externa ao Programa - 3243259 - ANA PAULA DOS REIS - nullInterna - 2570813 - CLARICE SANTOS MOTA
Presidente - 1349800 - MONICA DE OLIVEIRA NUNES DE TORRENTE
Externa ao Programa - 286681 - SILVIA LUCIA FERREIRA - null
Notícia cadastrada em: 10/12/2022 19:03
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