Percepção da imagem corporal, características socioeconômicas e estilo de vida em mulheres baianas
Percepção da Imagem Corporal; Gênero; Características Socioeconômicas; Estilo de Vida; Comportamentos de Saúde.
Introdução: A percepção da imagem corporal é um constructo subjetivo que pode influenciar a vida das pessoas em diferentes esferas, sobretudo a saúde. Ela pode se instituir segundo uma visão acurada ou distorcida e, quando distorce, pode fazê-lo tanto para sobrepeso quanto para subpeso, acarretando consequências na saúde física e mental. Há aspectos de várias ordens que influenciam a percepção da imagem corporal, sendo que fatores socioeconômicos, estilo de vida e cuidados em saúde são alguns deles. Objetivo: Estimar a prevalência de acurácia e distorção da imagem corporal, bem como investigar associações entre distorção da imagem corporal, características socioeconômicas, estilo de vida e procura de cuidados de saúde ginecológica entre mulheres baianas participantes da coorte ELSA-Brasil. Métodos: Participaram do estudo 609 mulheres de 50 a 69 anos de idade da coorte ELSABrasil residentes na Bahia. Os dados foram produzidos por meio de questionários utilizados na Onda 2 da coorte, que permitiram o acesso às informações relativas às variáveis percepção da imagem corporal, características socioeconômicas e estilo de vida, e outro questionário que incluiu questões sobre cuidados ginecológicos, local de nascimento e de residência das participantes. As medidas de associação foram calculadas por meio de regressão logística simples e multinomial, que foram computadas através do software estatístico Stata versão 13. Resultados: A maioria das participantes tem uma perspectiva acurada do próprio corpo. Entre aquelas que apresentaram percepção distorcida há uma tendência à distorção para menos peso. As mulheres mais jovens apresentaram maior distorção para mais peso do que as mais velhas e estas apresentaram distorção mais prevalente para menos peso. Não houve associações significativas para distorção para mais peso. Já o modelo de distorção para menos peso revelou associação entre as variáveis raça/cor e escolaridade, segundo o qual as mulheres pardas e pretas e menos escolarizadas têm mais chance de desenvolver distorção para menos peso do que as brancas e mais escolarizadas. Conclusão: Os resultados contribuem para a discussão sobre a percepção da imagem corporal associada a fatores socioeconômicos, sobretudo raça/cor e escolaridade, e da relação destes com a esfera da saúde das mulheres.