Banca de DEFESA: GABRIELA SOUZA DE OLIVEIRA SAMPAIO

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : GABRIELA SOUZA DE OLIVEIRA SAMPAIO
DATA : 09/10/2024
HORA: 14:00
LOCAL: https://us06web.zoom.us/j/82168898185?pwd=ez8buEWTKWXvJYJEl6cggfZxRem18Z.1
TÍTULO:

EXPERIÊNCIAS DE ARTICULAÇÃO DE CUIDADO E TRABALHO VIVENCIADAS PELOS CUIDADORES DE CRIANÇAS COM SÍNDROME CONGÊNITA DO ZIKA VÍRUS


PALAVRAS-CHAVES:

Síndrome Congênita do Zika Vírus; cuidado; gênero; inclusão; trabalho.


PÁGINAS: 188
RESUMO:

A crise do Zika exacerbou a divisão sociossexual do trabalho e intensificou a desigualdade no mercado de trabalho entre pais e mães de crianças com deficiência, ampliando a exclusão das mulheres. No entanto, ainda são escassas as pesquisas sobre as condições laborais das mulheres que cuidam de crianças com SCZV. A referida tese é produto de uma pesquisa, apresentada em três artigos, apoiada sobre uma abordagem fenomenológica e por referenciais teóricos construídos por autoras feministas europeias e latino-americanas. A investigação buscou compreender a experiência dessas mulheres, descrevendo suas ações cotidianas e investigando os arranjos laborais e condições de trabalho doméstico e remunerado a que estão submetidas. Foram realizadas entrevistas em profundidade com 15 mulheres, selecionadas com base em critérios específicos, usando um roteiro pré-estruturado aplicado por meio de uma plataforma virtual gratuita. Os resultados indicam uma fusão entre as esferas da produção e reprodução social, com a predominância dos arranjos laborais informais e precários. As naturezas da articulação entre trabalho remunerado e cuidado variam conforme a rede de apoio social, tecnologias envolvidas e a qualidade da participação/omissão do Estado. Observou-se que a epidemia do Zika agravou a divisão sociossexual do trabalho, afetando severamente as mulheres, especialmente negras. Entre as 15 entrevistadas, as mulheres negras enfrentam uma sobrecarga maior de cuidados e uma rede de apoio mais escassa, o que resulta em maior informalidade. Já as mulheres brancas om inclusão formal anterior, enfrentam trabalho a meio período e dupla jornada. Adicionalmente, houve a investigação das percepções maternas sobre o envolvimento paterno no cuidado de crianças com SCZV. Essas percepções reforçam a centralidade da figura materna e a limitação de sua participação no cuidado, apesar do desejo de que tenham maior envolvimento. As mães, no entanto, não os consideram capazes de lidar com demandas específicas de cuidado, tais como as emocionais. Conclui-se que, apesar das emergentes formas de paternidade e mudanças na divisão sexual do trabalho, o marcador “gênero” continua a influenciar na alocação de tarefas de cuidado, perpetuando a sobrecarga feminina. Recomenda-se expandir a pesquisa para incluir famílias não-heterossexuais, visando analisar como o gênero opera na divisão de cuidados em outras configurações familiares e identificar variações e continuidades nas dinâmicas de cuidado contemporâneas.


MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - KATIA MACIEL COSTA-BLACK
Presidente - 1433789 - JORGE ALBERTO BERNSTEIN IRIART
Externa ao Programa - 1999034 - LITZA ANDRADE CUNHA - nullExterna ao Programa - 2279561 - MONICA ANGELIM GOMES DE LIMA - nullExterno à Instituição - ROBSON DA FONSECA NEVES - UFPB
Notícia cadastrada em: 08/10/2024 18:08
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