Banca de DEFESA: ACÁCIA MAYRA PEREIRA DE LIMA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ACÁCIA MAYRA PEREIRA DE LIMA
DATA : 08/08/2024
HORA: 09:00
LOCAL: https://us06web.zoom.us/j/81549323566?pwd=0Y16MeVUQbdqiHUJIKuElAQVNxau9T.1
TÍTULO:

FATORES ASSOCIADOS A UTILIZAÇÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA ENTRE MULHERES TRABALHADORAS DO SEXO EM 12 CIDADES BRASILEIRAS


PALAVRAS-CHAVES:

Mulheres Trabalhadoras do Sexo; Saúde Sexual; Saúde Reprodutiva; Rastreamento do Câncer Cervical; Câncer do colo do útero; Papanicolau; Contraceptivos; Planejamento familiar; Planejamento reprodutivo; Gravidez; Atenção Pré-natal; Programa Bolsa Família.


PÁGINAS: 213
RESUMO:

Introdução: Mulheres Trabalhadoras do Sexo (MTS) são reconhecidas como uma população de maior vulnerabilidade a desfechos adversos em saúde sexual e reprodutiva, enfrentando frequentemente barreiras no acesso aos serviços de saúde, acesso limitado à informação e vivendo sob restrições pessoais, estruturais e socioculturais. No atual cenário, onde há poucas iniciativas que vinculam o trabalho sexual com direitos humanos e, de maneira geral, há invisibilidade do tema no âmbito das políticas nacionais, as ações de saúde encontram-se atreladas à prevenção do HIV e outras IST. Portanto, um estudo específico ao contexto é importante, considerando a disponibilidade dos serviços no país, através do Sistema Único de Saúde (SUS), pautado na universalidade e na equidade. Objetivo geral: Investigar os fatores associados à utilização de serviços de saúde sexual e reprodutiva entre MTS em 12 cidades brasileiras. Objetivos específicos: Analisar os fatores associados à realização do exame Papanicolau entre Mulheres Trabalhadoras do Sexo em 12 cidades brasileiras. Estimar a prevalência de gravidez ao longo da vida (mesmo que tenha sido interrompida) e investigar os fatores associados à utilização de métodos contraceptivos entre MTS em doze cidades brasileiras. Estimar fatores associados ao uso de contraceptivos entre MTS em 12 cidades brasileiras. Métodos: Estudo com 4178 MTS recrutadas por Respondent-Driven Sampling em um inquérito realizado em 12 cidades brasileiras em 2016. A associação entre variáveis explicativas e os desfechos foi estimada por odds ratios (OR) e respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%) usando regressão logística, com dados ponderados pelo estimador RDS-II. Resultados: Das entrevistadas, 19,20% (IC 95%: 17,67-20,79) nunca realizaram o exame Papanicolau na vida. Apenas 62,35% fizeram o exame há menos de três anos, conforme recomendado pelos protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas, e 18,45% fizeram há mais de três anos. Os fatores associados à realização do Papanicolau foram: idade acima de 40 anos (OR: 4,51, IC 95%: 3,24-6,27); ser de raça/cor branca (OR: 1,44, IC 95%: 1,08- 1,92); ter ensino médio completo (OR: 1,57, IC 95%: 1,25-1,96); possuir histórico de testagem para HIV (OR: 3,20, IC 95%: 2,52-4,05); e ter uma fonte habitual de cuidado (OR: 2,10, IC 95%: 1,67-2,65). A prevalência de gravidez ao longo da vida foi de 79%. Das entrevistadas, 67% (N=2764) relataram utilizar algum método contraceptivo. O preservativo foi o método mais utilizado (38,1%), seguido do contraceptivo oral (29,7%) e injetável (28,9%). Os fatores associados ao uso de métodos contraceptivos foram: idade entre 20-29 anos (OR: 3,0, IC 95%: 2,4-3,9); possuir ensino médio completo (OR: 1,6, IC 95%: 1,3-2,0); gravidez alguma vez na vida (mesmo que tenha sido interrompida) (OR: 1,4, IC 95%: 1,0-2,1); realizar 4 programas ou mais por dia (OR: 1,5, IC 95%: 1,2-1,9); enquanto as chances de utilizar métodos contraceptivos diminuíram entre as que relataram residir com parceiro fixo (OR: 0,6, IC 95%: 0,4-0,7) e trabalhar em pontos de rua (OR: 0,7, IC 95%: 0,5-0,8). Do total de 4178 participantes, 535 (12,8%) relataram ter realizado pré-natal na última gestação. Dentre elas, 59,3% tiveram 7 ou mais consultas, 28,7% de 4 a 6 consultas e 12% de 1 a 3 consultas. Os fatores associados à realização das consultas foram: ser beneficiária do Programa Bolsa Família (PBF) (OR: 3,06, IC 95%: 1,31-7,11); possuir uma fonte habitual de cuidado (OR: 2,85, IC 95%: 1,50-5,40); ter se autodeclarado branca (OR: 1,13, IC 95%: 0,96-2,77); possuir ensino médio completo (OR: 3,20, IC 95%: 1,65-6,20); trabalhar em locais fechados (OR: 2,22, IC 95%: 1,12-4,40); e autoavaliar a saúde como muito boa ou boa (OR: 1,94, IC 95%: 1,02-3,70). Conclusões: É urgente ampliar o acesso aos serviços de saúde sexual e reprodutiva entre MTS, incluindo-as nas ações de atenção à saúde da mulher, para além do controle do HIV e outras IST, com atenção especial para mulheres negras, com menor escolaridade, que possuem os pontos de rua como principal local de trabalho e em outras condições de maior vulnerabilidade.


MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - LETÍCIA PENNA BRAGA - UFMG
Interna - 1103090 - DANDARA DE OLIVEIRA RAMOS
Interno - ***.958.265-** - LAIO MAGNO SANTOS DE SOUSA - UNEB
Externa à Instituição - LILIAN FATIMA BARBOSA MARINHO - UNEB
Presidente - ***.340.735-** - MARIA INES COSTA DOURADO - UFBA
Notícia cadastrada em: 07/08/2024 16:42
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