Banca de DEFESA: VANESSA PEREIRA DA ROCHA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : VANESSA PEREIRA DA ROCHA
DATA : 26/07/2024
HORA: 08:30
LOCAL: Sala 01 do Instituto de Saúde Coletiva
TÍTULO:

DIREITO À TERRA E SUA RELAÇÃO COM A SAÚDE MENTAL NO CONTEXTO DA COMUNIDADE QUILOMBOLA RIO DOS MACACOS- BA


PALAVRAS-CHAVES:

saúde mental em grupos étnicos; território sociocultural; violações dos direitos humanos.


PÁGINAS: 119
RESUMO:

Trata-se de uma investigação sobre os impactos na saúde mental de quilombolas que vivenciam a precariedade no processo de regularização fundiária de seu território. Para tanto, realizou-se uma investigação ao longo de dois anos no Quilombo de Rio dos Macacos- BA, lugar que tem um histórico de disputa territorial com a Marinha do Brasil que, na década de 1970 desapropriou moradores para a construção de uma Vila Militar e que em 2009 reivindicou legalmente o despejo dos remanescentes quilombolas que ainda avizinhavam suas instalações. Com o objetivo de analisar a relação entre o direito à terra e a saúde mental da população do Quilombo Rio dos Macacos-BA, realizou-se um cruzamento da etnografia com a pesquisa-ação neste território. Este método de trabalho foi possível graças a uma parceria com o projeto de extensão universitária Programa Bahiana em Defesa da Vida que atua no quilombo. Através dessas ações no território, desenhou-se um grupo de intervenção com a juventude e estes, por sua vez, elegeram a temática da saúde mental como uma das principais problemáticas a serem enfrentadas na comunidade devido ao histórico de violências e violações de direitos sofridos por toda a comunidade. Foi observado que existe uma confluência de situações em torno da violação do direito primordial do território que ocasiona tanto conflitos diretos quanto ameaças veladas através da negação de direitos básicos, gerando insegurança nos moradores. Estes fatores impactam em todos os laços comunitários, ocasionando sofrimentos diversos tanto na esfera individual quanto coletiva. Assim, o racismo gerado nas estruturas macrossociais atravessa os sujeitos, moldando suas subjetividades a partir da condição de explorados do sistema social vigente. Os achados, apoiam o argumento de que a precariedade do processo de regularização fundiária de territórios quilombolas produzem impactos negativos na saúde mental desses sujeitos por vivenciarem constantes ameaças de perder o lugar onde reproduzem sua existência. A Violência Estrutural sofrida por essa comunidade gera desconforto, produz doença e sofrimento social. Mesmo que os conflitos de terra sejam um dos aspectos fundantes da estrutura social brasileira, há pouca literatura que aborde o fenômeno à luz da saúde mental, portanto esse trabalho faz uma rara abordagem psicossocial da questão fundiária para quilombolas no Brasil.


MEMBROS DA BANCA:
Interna - 2570813 - CLARICE SANTOS MOTA
Externa à Instituição - KARINE DE SOUZA OLIVEIRA SANTANA - EBMSP
Presidente - 1349800 - MONICA DE OLIVEIRA NUNES DE TORRENTE
Notícia cadastrada em: 22/07/2024 16:57
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