EFEITOS DO TREINO MUSCULAR RESPIRATÓRIO SOBRE A FUNÇÃO RESPIRATÓRIA DE INDIVÍDUOS COM DOENÇA DE PARKINSON: UM ENSAIO CLÍNICO CONTROLADO E RANDOMIZADO
Doença de Parkinson; Treino de Musculatura Respiratória; Função Respiratória.
A doença de Parkinson (DP) constitui uma doença neurodegenerativa e progressiva resultante da deterioração de neurônios envolvidos na produção de dopamina, que estão localizados na substância negra mesencefálica (TYSNE; STORSTEIN, 2017). Embora existam especulações sobre os prováveis fatores relacionados ao seu desenvolvimento, a etiologia da doença ainda não está completamente elucidada, sugerindo-se uma combinação de fatores, como fatores genéticos, ambientais e idade (TYSNE; STORSTEIN, 2017). Uma vez que a prevalência aumenta com o avançar da idade, a DP se revela evidente na população idosa, atingindo cerca de 1% a 3% dessa população (NAVARRO-PETERNELLA; MARCON, 2012). Embora tanto homens e mulheres apresentem a DP, pesquisas apontam uma maior prevalência no sexo masculino (WOOTEN et al., 2004).
O tratamento padrão ouro para pacientes com DP é medicamentoso, composto pela levodopa como precursor da dopamina, associado à neuroreabilitação (CAPATO et al., 2015). A Levodopa é fundamental no alívio de sintomas e repercussões motoras como bradicinesia, rigidez, tremor e o congelamento da marcha ou freezing (CAPATO et al., 2015). Entretanto, é importante considerar que com o avançar da doença o uso do medicamento não é suficiente para a resolução de algumas características, como: instabilidade postural, disfunção autonômica, demência e quedas (CAPATO et al., 2015). Além disso, há também repercussões adversas secundárias ao uso de medicamentos, como distonia matinal e discinesias (CAPATO et al., 2015).
Tendo em vista proporcionar o bem-estar do paciente através da resolução ou minimização dos sintomas e efeitos adversos do tratamento farmacológico, é necessária uma abordagem multidisciplinar (ALVES et al., 2005). A atuação fisioterapêutica também constitui o tratamento de sintomas e prevenção de complicações motoras, buscando a manutenção das habilidades motoras preservadas e oferecendo ao paciente maior independência no desempenho de suas funções e atividades da vida diária. (ALVES et al., 2005). A abordagem da fisioterapia na DP é ampla, compreendendo as seguintes áreas: marcha, equilíbrio, transferências, atividades manuais, capacidade física, postura, dor, e a função respiratória, constantemente negligenciada na pratica clínica e nos estudos sobre a DP (CAPATO et al., 2015).
Assim, o objetivo do trabalho é verificar os efeitos do treino muscular respiratório sobre a função respiratória de indivíduos com DP.