Os Modelos de organização e as práticas de cuidado à pessoa com deficiência na Atenção Básica à Saúde
Pessoas com Deficiências, Atenção Primária à Saúde, Serviços de Saúde para Pessoas com Deficiência
Introdução: O cuidado à pessoa com Deficiência é orientado pela Rede de Atenção à Pessoa com Deficiência (RCPCD) desde 2012, buscando a ampliação do acesso e qualificação da atenção à saúde no Sistema Único de Saúde (SUS) através da Atenção Básica (AB). Objetivo: Estimar a associação entre o modelo de organização e as práticas de saúde desenvolvidas pelos profissionais da Atenção Básica no cuidado integral às Pessoas com Deficiência (PcD). Métodos: Estudo epidemiológico transversal, recorte do Projeto REDECIN – Brasil realizado com 1377 profissionais de saúde de nível superior que atuavam em Unidades de AB dos 8 estados contemplados pela pesquisa. Foi aplicado um questionário estruturado de 18 questões acerca do perfil das equipes e práticas realizadas pelos profissionais. Foi realizada a análise descritiva do perfil das equipes e frequência das práticas por modelo de organização AB, além de regressão logística binária para estimar a associação do modelo e frequência de práticas voltadas às PcD. Resultados: Observou-se que o Modelo de organização da Atenção Básica está associado às práticas voltadas às PcD. O Modelo de Unidades Básicas Tradicionais (UBS) apresentou uma associação positiva e estatisticamente significante a uma menor frequência das práticas voltadas a PcD na Atenção Básica, em comparação com o Modelo de ESF na análise bruta (OR: 4,33; IC95%: 3,26 - 5,76) e ajustada para a variável conhecimento sobre a RCPCD (OR: 4,10; IC95%: 3,06 - 5,48). As práticas de acompanhamento pré-natal, atendimento domiciliar e educação em saúde são mais frequentes no Modelo ESF, porém, a criação de linhas de cuidado, protocolos clínicos, ações intersetoriais e a articulação com recursos comunitários ainda são desafios para ambos os modelos de organização. Conclusão: A Estratégia de Saúde da Família se apresenta enquanto melhor modelo para ofertar cuidado e garantir um acesso mais qualificado à população com deficiência.