PPGSS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL (PPGSS) INSTITUTO DE PSICOLOGIA Telefone/Ramal: (71) 99138-6931

Banca de DEFESA: ALANA ARAÚJO DEL REI

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ALANA ARAÚJO DEL REI
DATA : 07/12/2023
HORA: 09:30
LOCAL: Sala de Reuniões do Núcleo de Estudos Interdisciplinares Sobre a Mulher – (NEIM) – UFBA
TÍTULO:

A RELIGIÃO FRENTE À VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: A PERCEPÇÃO DAS MULHERES EVANGÉLICAS ATENDIDAS NO CENTRO DE REFERÊNCIA DE ATENDIMENTO À MULHER – CRAM EM ITABUNA – BA


PALAVRAS-CHAVES:

violência doméstica contra a mulher; mulheres evangélicas; Centro de Referência de Atendimento à Mulher.


PÁGINAS: 124
RESUMO:

Esta dissertação apresenta os resultados de uma pesquisa que tem como principal objetivo analisar as percepções de mulheres evangélicas atendidas no Centro de Referência de Atendimento à Mulher – CRAM de Itabuna-BA sobre a influência da religião no enfrentamento à violência doméstica. Nesse sentido, buscamos respostas para a seguinte indagação: de que forma as religiões protestantes interferem no enfrentamento da violência doméstica contra as mulheres? Como base teórica, esta pesquisa está fundamentada em importantes estudos sobre Gênero, a partir da visão de autoras como Jean Scott, Helleieth Saffioti e Flávia Biroli, e, de modo mais específico, discute também a intersecção entre Gênero, Religião e Violência Doméstica, com os estudos de Claudia Ritz, Maria José Nunes, Allyne Farinha, entre outras. No que concerne à metodologia, trata-se de um estudo de natureza exploratória, de abordagem qualitativa. Para a coleta de dados, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com oito mulheres evangélicas que estão sendo acompanhadas desde o ano de 2017 pelo Centro de Referência de Atendimento à Mulher (CRAM) de Itabuna - Bahia. Em linhas gerais, constatou-se, nas entrevistas, que as mulheres entrevistadas apresentam perfil variado; apenas uma das entrevistadas ainda se encontra no matrimônio, suscetível a continuar sendo vítima de violência doméstica. Os resultados evidenciam, ainda, as dificuldades enfrentadas para rompimento do ciclo de violência. Para isso, o CRAM, juntamente com a rede de proteção, desempenha papel essencial na garantia de direitos à mulher que necessita romper esse ciclo de abuso, especialmente com a disseminação eficaz de informações, incluindo imprescindivelmente o encaminhamento e o atendimento humanizado. As entrevistas comprovam o que os estudos científicos já alertam acerca do fato de que a violência doméstica pode prejudicar o desenvolvimento cognitivo e emocional das crianças, afetando negativamente sua autoestima, habilidades sociais e afetivas. As entrevistas revelam, ainda, que as lideranças religiosas em muitos momentos desvalorizam, condenam e reafirmam a posição submissa da mulher na sociedade, a partir de justificativas em escrituras bíblicas, para reforçar obediência, passividade e submissão; isso corrobora com a manutenção de violências sofridas. Por último, evidenciou-se que, embora a maioria das mulheres evangélicas apresentem um discurso paradoxal de que a religião as ajudou a sair do ciclo de violência e, por conseguinte, abordem que a fé em Deus as livrou da violência, um sentimento íntimo e subjetivo, para além da intervenção ou não da instituição religiosa, as participantes romperam com as doutrinações alienantes e limitantes ao procurarem apoio da rede de proteção, especialmente do CRAM. No que concerne às críticas aos acompanhamentos na rede de proteção, uma das entrevistadas alertou para a fragilidade da Medida Protetiva de Urgência (M.P.U.) e para a insuficiência de recursos adequados nos abrigos para mulheres, como creches e atividades para as crianças. A presente pesquisa pode servir de base para futuras pesquisas e elaboração de políticas públicas.


MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - CECILIA MARIA BACELLAR SARDENBERG - UFBA
Presidente - 1857342 - MARCIA SANTANA TAVARES
Externa ao Programa - 1444901 - ROSEMEIRE MARIA ANTONIETA MOTTA GUIMARAES - null
Notícia cadastrada em: 06/12/2023 12:39
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