Literatura afro-brasileira: por um letramento racial crítico nas aulas de língua portuguesa
Ensino de língua e literatura, Literatura afro-brasileira, Educação das relações étnico-raciais, Letramento racial crítico
O presente trabalho é um memorial de formação desenvolvido no Mestrado Profissional em Letras – PROFLETRAS, vinculado à Universidade Federal da Bahia – UFBA, por meio do qual, a partir dos resultados de uma pesquisa qualitativa de cunho etnográfico, descrevo e reflito acerca do meu percurso formativo como professora de língua portuguesa. São análises e descrições da minha vivência, persistência e resistência no chão da sala de aula em busca de uma educação mais humanizada, inclusiva e comprometida com os interesses e necessidades de todos os alunos. Para tanto, desenvolvi a pesquisa intitulada: Literatura afro-brasileira: por um letramento racial crítico nas aulas de língua portuguesa que tem por objetivo investigar como a literatura afro-brasileira pode contribuir para construção afirmativa das identidades negras e para a construção do letramento racial crítico na escola Municipal Carlos Drummond de Andrade com os alunos do 6º ano do Ensino Fundamental II. O projeto de intervenção foi realizado em uma turma constituída por 23 estudantes pré-adolescentes, no terceiro trimestre letivo do ano de 2022. Nesse contexto, busca-se, através da literatura afro-brasileira, construir uma narrativa de valorização da identidade negra, relacionando aspectos ligados à cultura, ao pensamento e à história dos povos negros. Pensando em possibilitar aos alunos uma experiência significativa para sua formação como cidadãos, que se apropriam do poder da leitura literária, é que foram realizadas rodas de conversas sobre temas que levassem os alunos a refletirem acerca das relações étnico-raciais. O embasamento teórico para a consolidação dessa pesquisa se constituiu nas ideias de: Debus (2017) com os estudos acerca da literatura afro-brasileira na literatura infantil e juvenil; Gomes (2011) com discussões no tocante à diversidade, à cultura e à educação das relações étnico-raciais; Cosson (2021) com estudos sobre letramento literário e Ferreira (2015) com discussões acerca do letramento racial crítico. Os resultados demonstraram que a literatura afro-brasileira se apresenta como uma possibilidade para construir/fortalecer o letramento racial crítico no ambiente escolar. Na medida que oportuniza aos sujeitos-leitores compreender melhor o ser e estar no mundo, favorecendo o desenvolvimento de atitudes mais críticas e menos preconceituosas. Por possuir um papel transformador, a literatura, através da sua força humanizadora é uma forte aliada na formação de leitores críticos e na construção de uma educação antirracista.