Educação inclusiva no Ifes Campus Itapina: uma proposta de acompanhamento colaborativo de estudantes com transtornos funcionais específicos
Educação Inclusiva, Formação Docente, Transtornos funcionais específicos, Pesquisa interventiva.
Este Projeto de Intervenção se situa no âmbito temático da educação inclusiva vinculada à concepção de direitos humanos, visando garantir equidade e atendimento às diferenças existentes nas instituições de ensino, mais especificamente no campus Itapina do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (Ifes). Neste contexto, tem-se um crescente ingresso de alunos com transtornos funcionais específicos no ensino regular e necessidade de normatizações oficiais específicas que garantam o atendimento a este público. Desta forma, frente a promulgação da Lei Federal nº 14.254, de 30 de novembro de 2021, algumas problematizações foram levantadas: quais os índices de matrículas de estudantes com transtornos funcionais específicos de aprendizagem no Ifes? Quais discussões a instituição tem realizado, no sentido de garantir o amparo educacional mencionado na Lei nº 14.254/21? Existe alguma proposta pedagógica específica de atendimento a esse público? Em caso positivo, como ocorre e quem realiza o atendimento educacional necessário? Como o Ifes está compreendendo essas demandas no âmbito da formação inicial docente? Diante desta contextualização, apresenta-se uma pesquisa aplicada, de abordagem qualitativa, com caráter interventivo, que teve por objetivo geral compreender o atendimento educacional de estudantes com transtornos funcionais específicos de aprendizagem matriculados no Ifes, a fim de subsidiar a elaboração de uma proposta interventiva para que tal instituição atenda a Lei nº 14.254/2021. Para o alcance do objetivo, foi realizada uma análise documental, seguida da realização de entrevistas semiestruturadas e um grupo focal, além da aplicação de um questionário. Como resultados foi possível identificar que, até então, o Ifes não possui documentos norteadores para o atendimento específico à alunos com transtornos funcionais, bem como que a instituição atribui à Coordenação de Gestão Pedagógica o amparo ao docente e o atendimento aos alunos de um modo geral, alinhando a ocorrência de adaptações em tempo de avaliação da aprendizagem e adequação do uso de certos espaços como forma de atender a algumas especificidades apresentadas por esse público. Nesse escopo, compreendemos a atuação colaborativa do NAPNE, que foi evidenciada nas entrevistas, bem como levantamos sugestões dos alunos participantes, indicando a necessidade de um acompanhamento que ultrapasse as adaptações mencionadas, envolvendo atividades pedagógicas adaptadas, colaboração durante atividades avaliativas, a partir de aconselhamentos e ajudas específicas nos enunciados, incursão em monitorias orientadas com outros alunos, por meio de um acompanhamento pedagógico colaborativo, que perpasse a sua inclusão por um olhar singular e atento às suas especificidades, ao mesmo tempo em que interaja com toda a classe envolvendo demais alunos. A proposta de Intervenção, emergida da pesquisa, envolve a proposição da elaboração de recursos didáticos adequados ao desenvolvimento da aprendizagem de alunos com transtornos funcionais específicos, bem como ações formativas no âmbito da inclusão escolar para graduandos do Ifes e profissionais da educação. Espera-se que os dados obtidos nesta investigação contribuam para o alargamento da concepção de educação inclusiva e inclusão, no Ifes, bem como ressoe como subsídio que garanta o atendimento da Lei 14.254, de 30 de novembro de 2021.