Curricularização da extensão: um possível caminho para a educação profissional de nível médio
Educação Profissional Tecnológica. Curricularização da extensão. Ensino Médio Integrado
Legalmente, a Educação Profissional e Tecnológica (EPT), segundo a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC) é uma modalidade educacional que tem como objetivo principal a formação do sujeito para o "exercício de profissões”, visando a inserção e atuação do cidadão no mundo do trabalho e na vida em sociedade. Os Institutos Federais (IF) são, uma das instituições públicas, responsáveis pela oferta desta modalidade de ensino. Numa perspectiva de compreender tal modalidade educacional, buscou-se aprofundamentos teóricos-metodólogicos na gênese da formação profissional almejando apresentar estratégias pedagógicas que minimizem as dicotomias educacionais entre educação e trabalho e, como Nosella (2016) nos apresenta, entre o currículo escolar e a realidade da sociedade em que o estudante está inserido, nos aproximando da extensão como caminho possível para isto. O campo investigativo que esta pesquisa se adentra é a educação profissional de nível médio, especificamente o Ensino Médio Integrado (EMI) no Instituto Federal do Espírito Santo campus Nova Venécia. A lei de nº 11892/2008 apresenta, dentre as suas finalidades e características, o estímulo a indissociabilidade do ensino, pesquisa e extensão, apontando a importância da dialogicidade dos IFs com a sociedade. Contudo, no currículo oficial do EMI do lócus desta pesquisa, tal indissociabilidade se apresenta nas entre linhas, não garantindo espaço, tempo e condições estruturais para que todos os estudantes possam participar de atividades extensionistas. Esta pesquisa em como objetivo geral “propor estratégias pedagógicas para a curricularizarização da extensão na educação profissional de nível médio no Instituto Federal do Espírito Santos (Ifes) campus Nova Venécia”. Através de uma pesquisa participativa com abordagem quantitativa-qualitativa buscou-se compreender percepções dos docentes do lócus da pesquisa quanto a pertinência da extensão ser curricularizada no EMI e identificar estratégias para a implementação. Como resultado obtido, identificou-se que unanimemente a extensão precisa ser vinculada no currículo, de modo que os discentes atuem em equipe executora potencializando a formação omnilateral. E, como estratégias percebeu-se duas alternativas, preliminarmente apontando a disciplina extensionista, ou seja, determinar na organização curricular disciplinas que possam abordar, em sua totalidade ou um determinado percentual, a extensão em suas atividades. E, a outra opção foi créditos curriculares, mesmo esta contrariando as legislações vigentes. Contudo, também, identificou-se diversos problemas estruturais a serem pensados a priori. Desta forma, a proposta interventiva apresenta um roteiro, organizado em etapas, para incluir a extensão, efetivamente, no currículo do EMI. Entendemos, portanto, que independente da estratégia implementada, a concretude da curricularização da extensão exige um processo contínuo de formação de servidores, disposição estrutural e de avaliação processual.