AS HISTÓRIAS TRAÇADAS PELO CAFÉ NA ZONA DA MATA MINEIRA: PROPOSTA DE RESTAURAÇÃO NA FAZENDA BOA ESPERANÇA
Restauração. Propriedade rural. Técnicas construtivas tradicionais. Arquitetura cafeeira.
A Fazenda Boa Esperança, localizada na zona rural do município de Belmiro Braga, Minas Gerais, se estabelece a partir da doação de uma sesmaria, na década de 1820, desmembrada entre os irmãos e herdeiros da família Barros. A área onde se encontra o objeto em estudo começou sua ocupação na segunda metade do século XIX, dedicada, principalmente, ao cultivo do café, produto responsável pela movimentação da economia da Zona da Mata Mineira e modificação da paisagem. Além da cafeicultura, a propriedade ainda contava com outras atividades agrícolas, pecuárias e espaços para moradia, tanto de trabalhadores (livres e escravos) quanto do proprietário e sua família, habitando a enobrecida casa sede. Caracterizada pela utilização de técnicas tradicionais de construção em terra, pedra, madeira e tijolo maciço, a fazenda foi afetada diretamente pela decadência econômica resultante da crise cafeeira, chegando à atualidade com seu complexo ainda bastante íntegro, porém com preocupantes degradações nos edifícios. Sendo um conjunto inventariado em âmbito municipal, conta com uma pequena criação de animais e é aberta a visitações esporádicas, permitindo que a população possa conhecer e usufruir dos espaços. Sendo assim, e após o entendimento do conjunto como bem patrimonial significativo, o principal objetivo do presente trabalho é a preservação desta unidade rural, com enfoque tanto para a restauração da casa sede e da tulha, quanto para a adequação do conjunto a novos usos, após o entendimento de suas potencialidades enquanto organismo vivo inserido numa importante paisagem cultural mineira.