TRILHANDO NOVOS CAMINHOS PARA A PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO FERROVIÁRIO: REQUALIFICAÇÃO DA ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE SÃO FÉLIX-BA
Estação Ferroviária. São Félix. Restauração. Reuso
Desde o início do seu povoamento, um dos motivos que favoreceram o desenvolvimento urbano de São Félix foi a sua localização geográfica. Localizada na Região do Recôncavo Baiano, à margem do Rio Paraguaçu, próximo à Baía do Iguape, a cidade se configurou desde a sua formação em um entroncamento de caminhos. Inicialmente apontada como terminal de tropeiros, depois passando a ser um ponto de transbordo entre as vias terrestres e fluviais, possibilitando a ligação entre Salvador e os sertões por meio da navegação a vapor, por ser o último trecho navegável do Rio Paraguaçu, e por fim, consolidada no século XIX como uma cidade industrial marcada pela indústria fumageira e como importante centro comercial com a chegada da ferrovia e construção do Pátio Ferroviário da Estrada de Ferro Central da Bahia. Com o declínio da indústria fumageira e a priorização do Governo Federal pelo transporte rodoviário, São Félix presencia no final do século XX um processo de sucateamento do seu patrimônio ferroviário, culminando em transformações tais que comprometem a leitura do complexo ferroviário de São Félix como conjunto. Atualmente, apesar do avançado estado de degradação, a Estação Ferroviária de São Félix é um dos poucos edifícios do pátio que se encontra preservado. Com vistas a evitar o seu desaparecimento, o presente trabalho apresenta uma proposta de intervenção que busca requalificar a estação, fundamentada no processo metodológico do restauro: conhecer, diagnosticar e intervir, convertendo-a em um pavilhão de laboratórios voltados ao curso de cinema da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia.