ELABORAÇÃO DE NORMAS E CRITÉRIOS DE INTERVENÇÃO PARA O NÚCLEO PIONEIRO DE GOIÂNIA – GO
Patrimônio Cultural; Normas de Preservação; Sítio Histórico Urbano; Goiânia;
Uma das principais questões a ser enfrentada pelos arquitetos e pelo poder público que trabalham em cidades que possuem áreas urbanas tuteladas e reconhecidas como Centro Históricos, pelo valor histórico, paisagístico e cultural, diz respeito a ausência de normas e critérios de intervenção para estas áreas que dialoguem com as posturas de desenvolvimento econômico, social e cultural exigidos pela contemporaneidade. A cidade de Goiânia, capital do estado de Goiás – Brasil – enfrenta, na atualidade, esta dualidade entre a preservação do patrimônio cultural e a implementação de novas políticas desenvolvimentistas, tendo na pauta das discussões a área central da cidade, denominada como Núcleo Pioneiro de Goiânia - GO tutelada, desde 2002, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan, órgão responsável, no âmbito nacional, pela preservação do patrimônio cultural do Brasil. A leitura atual dessa área da cidade, no entanto, ultrapassa a compreensão dos valores atribuídos pelo órgão de preservação, abarcando o contexto sociocultural ampliado e diversificado, construído mediante a diversos extratos históricos, transformações, rupturas e permanências no tecido urbano, bem como o paulatino alargamento do conceito de patrimônio, que requer uma análise mais ampliada das questões que envolvem a dinâmica da cidade e a preservação do patrimônio. Neste sentido, este trabalho busca ampliar as discussões sobre o conceito de preservação do patrimônio urbano e estabelecer normas e critérios de intervenção para o Núcleo Pioneiro de Goiânia, com o objetivo de definir diretrizes claras e compatíveis com os processos de crescimento e desenvolvimento da cidade. O processo metodológico de aproximação com o lugar e condutor para a elaboração dos estudos está fundamentado nos princípios difundidos pelo Ministério da Cultura e pelo Iphan sobre a preservação e normatização dos sítios históricos urbanos, e pelas matrizes teóricas que tratam da preservação do patrimônio e sua ampliação contemporânea, que englobam questões relacionadas a paisagem cultural, tipologias urbanas, morfologia e planejamento urbano, articulados à observação in loco do espaço e de suas particularidades.