ESTIMATIVA DE ECONOMIA FINANCEIRA COM A OFERTA DO CUIDADO FARMACÊUTICO: UMA AVALIAÇÃO A PARTIR DE UM MODELO TEÓRICO
Morbidade relacionada a medicamentos; impacto econômico; economia da saúde; painel com especialistas; falha terapêutica; problemas relacionados a farmacoterapia; problemas relacionados os medicamentos; cuidado farmacêutico
Objetivo: Estimar, através de um modelo teórico, a ocorrência de nova prescrição de medicamentos por falha no tratamento anterior, estimando os custos monetários dessas novas prescrições, e demonstrar a partir do resultado, a importância da oferta do Cuidado Farmacêutico. Método: Trata-se de um estudo de intervenção, analítico, transversal e quantitativo, com entrevistas semiestruturadas, realizadas com um painel de farmacêuticos e médicos, vinculados ao Sistema Único de Saúde, em um município de 295.000 habitantes, que estimaram, através da utilização de um modelo teórico de via de probabilidade a ocorrência de uma nova prescrição médica por falha terapêutica em prescrição anterior, onde não houve o Cuidado Farmacêutico. A seguir, segundo média obtida pelo painel de especialistas, os custos finais foram obtidos somando as condicionais: o custo de uma nova prescrição foi somado ao custo de uma nova consulta médica, também somado a prescrição anterior que originou a falha no tratamento, e a respectiva consulta médica que originou essa prescrição. Ao final, o resultado de custo obtido foi reduzido em 10% para refletir a taxa de novas prescrições nunca preenchidas, mesmo quando há falha no tratamento. Resultados: Conforme estimativa do painel de especialistas, 41,73±19,34 pacientes a cada 100 atendidos a nível ambulatorial e que não recebem o Cuidado Farmacêutico, experimentaram falha terapêutica. Os custos associados foram inseridos, resultando em um gasto de R$8.823.260,16±1.706.418,51. A seguir, ao se diminuir 10% chegamos a um custo estimado de R$7.940.934,14±1.535.776,66, com a ocorrência de nova prescrição por falha em tratamento anterior no ano de 2019, nos serviços ambulatoriais SUS do município no ano de 2019. Conclusão: Conclui-se que a oferta do Cuidado Farmacêutico, com a disponibilização de serviços farmacêuticos em ambulatórios no SUS, não representa um incremento aos gastos, e sim uma economia aos cofres públicos. O Cuidado Farmacêutico deveria ser utilizado como ferramenta de prioridade para as políticas públicas de acesso ao medicamento, podendo diminuir dessa forma a morbimortalidade relacionada aos medicamentos e consequentemente o custo financeiro em saúde