Contracepção de emergência: consumo, perfil de usuárias e atuação do farmacêutico no acesso à “pílula do dia seguinte” entre mulheres de Salvador/Bahia.
contraceptivo; pílula; farmacêutico; farmácia; mulher
Objetivos: Conhecer o perfil de usuárias de contraceptivo de emergência e a atuação do farmacêutico no acesso à “pílula do dia seguinte” entre mulheres de Salvador/Bahia. Métodos: Estudo observacional, descritivo e transversal realizado com mulheres e farmacêuticos no município de Salvador/BA, entre novembro de 2018 e setembro de 2019. Para alcançar os objetivos foi aplicado um questionário semiestruturado online, por meio da Plataforma Google Forms® com mulheres entre 15-49 anos de idade, residentes em Salvador/BA e que já declararam utilizar o contraceptivo de emergência e para a coleta do perfil de atuação do farmacêutico, foi aplicado um questionário presencial com Farmacêuticos atuantes em Farmácias e Drogarias de Salvador. Resultados: 216 mulheres participaram do estudo, sendo 51% com idade entre 23-29 anos, 87% solteiras, 76% com ensino superior completo ou em andamento e 74% com renda familiar entre 2-5 salários mínimos. A relação sexual desprotegida foi o motivo mais citado (60%) para o uso da pílula do dia seguinte e, todas as mulheres adquiriram o medicamento na rede privada. Entre essas, 39% das participantes relatou apresentar irregularidade na menstruação após o uso da pílula do dia seguinte. Apenas 17% das mulheres relataram estarem satisfeitas com a orientação recebida no momento da compra da pílula do dia seguinte e 43% nunca foi atendida por um farmacêutico ao comprar o medicamento. Quanto aos farmacêuticos, 64% adequadamente considera a inibição da ovulação como mecanismo de ação da pílula do dia seguinte. Entre os farmacêuticos, 90% concorda que o medicamento traz efeitos nocivos à saúde reprodutiva da mulher, 67% afirmou que sempre orienta as consumidoras do contraceptivo de emergência e 40% já indicou o seu uso. Conclusão: Mais da metade das participantes deste estudo são solteiras e com ensino superior completo ou em andamento. Relação sexual desprotegida foi o motivo mais citado para o uso do contraceptivo de emergência e irregularidade na menstruação foi o efeito indesejável mais comum. Além disso, há uma baixa taxa de satisfação das mulheres com relação a orientação recebida pelos farmacêuticos. Estes, por sua vez, em sua maioria, conhecem pelo menos um mecanismo de ação da pílula do dia seguinte e relatam orientar as mulheres que compram o contraceptivo de emergência.