EFEITO DA UTILIZAÇÃO DE COMPÓSITO SISAL-CIMENTO EM FÔRMAS PERMANENTES SOBRE A DURABILIDADE DE VIGAS DE CONCRETO ARMADO
Durabilidade. Fôrma permanente. Compósitos. Fibras de sisal. Concreto armado
O descarte inadequado e a não reutilização das chapas de compensado de madeira, após a execução de uma obra, vêm se tornando um motivo de preocupação ambiental pela quantidade de resíduos gerados. Isso tem incentivado o desenvolvimento de alternativas para produção de estruturas de concreto armado, tais como o uso de fôrmas permanentes com elementos construtivos pré-fabricados em argamassa armada ou em compósitos de matrizes cimentícias reforçadas com fibras curtas. No entanto, o material utilizado na fôrma permanente, cuja espessura foi de 20mm, visa substituir parte do concreto de cobrimento da armadura e, dessa forma, pode afetar a durabilidade das estruturas de concreto armado. Nesse trabalho, foi investigado o efeito de materiais compósitos cimentícios reforçados com fibras curtas de sisal, utilizados em fôrma permanente, sobre a durabilidade de estruturas de concreto armado. Para isso, compósitos cimentícios reforçados com 2%, 4% e 6% de fibras, em massa de aglomerante, foram produzidos com mesma trabalhabilidade, em que: as fibras possuíam 40mm de comprimento; a relação água-aglomerante foi de 0,40; a relação aglomerante-areia (1:1); sendo que o aglomerante foi constituído de 45% de cimento do tipo CP V ARI-RS, 40% de cinza volante e 15% de sílica ativa. As matérias-primas utilizadas nessa pesquisa foram caracterizadas tanto física como quimicamente. Os compósitos que representam a fôrma permanente foram caracterizados quanto à determinação das propriedades físicas e mecânicas. Em relação às técnicas de durabilidade, foram realizadas a carbonatação acelerada e a migração de íons cloro. Os resultados demostram que o tipo de compósito influencia diretamente na entrada de agentes agressivos. Após comparação entre os teores de fibras utilizados, observou-se que a espessura carbonatada aumentou à medida que foi elevado o teor de fibras, o que indica redução da vida útil de projeto de uma viga de concreto armado. Avaliando a migração de cloretos, também se percebeu que a presença de fibras influenciou na passagem de agente deletérios, o que pode comprometer a estrutura à qual a fôrma permanente substituirá a espessura de cobrimento de concreto. Dentre os teores de fibras usados, verificou-se que o compósito com 2% de fibras curtas de sisal apresentou desempenho superior aos demais materiais. Entretanto, na estimativa de vida útil de projeto desse compósito, foi analisado que esse material não atingiu o limite mínimo estabelecido que é de 50 anos.