OBESIDADE PRÉ-GESTACIONAL E PRÁTICAS ALIMENTARES NOS PRIMEIROS 6 MESES DE VIDA
Aleitamento Materno; Obesidade; Desmame; Estudos Longitudinais; Alimentos Industrializados.
Objetivo: O presente trabalho investigou a associação entre a presença de obesidade pré-gestacional com a interrupção do Aleitamento Materno Exclusivo (AME) no primeiro mês de vida, e com a introdução de alimentos processados e ultraprocessados nos primeiros 6 meses de vida, em binômios de mães e crianças residentes na zona urbana de Vitória da Conquista. Elementos Metodológicos: estudo de coorte prospectivo, incluindo 300 pares de mãe e seus bebês, recrutados nas quatro maternidades do município, compondo a linha de base da coorte e acompanhados em visitas domiciliares aos 30 dias e aos 6 meses de vida. Foram coletadas variáveis demográficas, socioeconômicas, perinatais, sobre amamentação, introdução alimentar e uso de chupetas e mamadeiras. Para avaliar a incidência e a duração do AME, bem como da introdução de alimentos processados e ultraprocessados, utilizou-se a análise de sobrevida de Kaplan-Meier. Para verificar a associação entre a obesidade pré-gestacional e a incidência de AME, bem como a associação entre a obesidade pré-gestacional e a introdução de alimentos processados e ultraprocessados, utilizou-se a regressão de Cox Hierarquizada. As análises foram realizadas no software STATA 14.0. Resultados: A prevalência de obesidade pré-gestacional foi de 12%, sendo a duração média do AME menor entre essas mães (p<0,05). O risco da interrupção do AME no primeiro mês de vida foi 1,76 vezes maior entre as mães obesas (IC95% 1,04–2,98). A incidência da introdução de alimentos processados e ultraprocessados foi de 75,7%, sendo o tempo dessa introdução menor entre as mães obesas (p<0,05). O risco da introdução de alimentos processados e ultraprocessados nos 6 primeiros meses de vida foi 2,47 vezes maior em mães com obesidade pré-gestacional (IC 95%: 1,15–5,26). Conclusões: Os achados do presente estudo revelam associação entre obesidade pré-gestacional e interrupção do AME no primeiro mês de vida, bem como associação entre obesidade pré-gestacional e introdução de alimentos processados e ultraprocessados nos primeiros 6 meses de vida. Estes resultados apontam para a necessidade de estratégias que abordem a importância de práticas alimentares saudáveis nos primeiros meses de vida para mulheres obesas em idade fértil.