PENSAMENTO CRÍTICO EM SAÚDE: ANÁLISE DAS PERCEPÇÕES E CONHECIMENTOS DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE E EDUCAÇÃO PARA PROMOÇÃO DE UM PROCESSO FORMATIVO
Letramento em saúde; Educação permanente; saúde coletiva; Profissionais da saúde; Professores de ensino fundamental
O conhecimento sobre pensamento crítico entre profissionais de saúde e educação é importante à medida que se apresenta como uma potente ferramenta na promoção de transformação social e engajamento cidadão. Não obstante, o mapeamento do seu conhecimento entre profissionais de saúde e educação para proposição de processos formativos, representa um desafio face ao caráter multifacetado que perpassa as racionalidades e práticas epistêmicas adotadas pelos mesmos. Assim, delimitou-se como objetivo geral Analisar a percepção de profissionais de saúde e de educação acerca do pensamento crítico em saúde e os níveis de literácia em saúde dos mesmos, a partir de um processo formativo para promoção do pensamento crítico em saúde O delineamento empregado foi de métodos mistos. A amostra contou com os profissionais de saúde que atuam no Programa Saúde da Família e profissionais de educação do ensino fundamental, ambos integrantes do Programa Saúde na Escola. A coleta dos dados foi realizada no período de Março a Abril de 2022. Os dados qualitativos foram coletados por meio de entrevistas semi-estruturadas gravadas em áudio e posteriormente transcritas, as quais passarm por uma análise de conteúdo categorial. Os dados quantitativos foram obtidos por meio de questionário e analisados de forma inferencial. Os resultados qualitativos mostraram uma variedade de concepções sobre pensamento crítico o que aponta a polissemia conceitual que o termo carrega. Quatro concepções principais de pensamento crítico foram identificadas nesta pesquisa: direcionado a habilidades e competências; oriundo da lógica/razão e da ciência; voltado para a justiça social; com foco na emancipação dos sujeitos envolvidos. Os resultados quantitativos apontaram que o nível de literacia em saúde foi suficiente para grande parcela dos participantes (84,3%), em especial para os profissionais de saúde (89,3%). Pretos e pardos, casados e que vivem com companheiro, com graduação/especialização, maior tempo de atuação no cargo, associaram-se a níveis insuficientes de literácia em saúde. Conclui-se que a promoção do pensamento crítico é um tema global que precisa ser trabalhado, tanto na formação acadêmica quanto laboral, a partir de ações governamentais permanentes que o estimulem ,de modo a conferir suporte à gestão estratégica, à decisão política e ações práticas nas áreas de saúde e de educação.