Banca de DEFESA: ROSÉLLY MASCARENHAS AMARAL DE ANDRADE

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ROSÉLLY MASCARENHAS AMARAL DE ANDRADE
DATA : 19/12/2022
HORA: 09:00
LOCAL: Ambiente virtual - sala rnp do mestrado em Saúde Coletiva
TÍTULO:

Por uma abordagem antropológica da hanseníase entre usuários e profissionais de saúde


PALAVRAS-CHAVES:

Hanseníase; Etnografia; Antropologia da Saúde


PÁGINAS: 97
RESUMO:

Há décadas o Brasil vive em meio a debates e ações destinados à erradicação da hanseníase. Sua configuração como problema de saúde pública decorre da sua magnitude e transcendência, e das sequelas irreversíveis quando o diagnóstico é feito tardiamente. Esta realidade desvela os limites da prática biomédica, quando não considera que o processo de adoecimento por hanseníase, a adesão ao tratamento e autocuidado precisa reconhecer a virtualidade do saber leigo/nativo, na constituição das suas formas de significar sinais, sintomas, necessidades de tratamento, cuidado e vida. Sob a perspectiva antropológica, busca-se conhecer os signos e significados construídos e partilhados em dois contextos culturais distintos. Estes são representados por promotores da saúde e por pessoas afetadas pela hanseníase referente ao processo de adoecimento e sua busca ou não pelo tratamento e autocuidado, no município de Laranjeiras. Como ferramenta metodológica, foi utilizada a etnografia. Os dados foram coletados de julho a novembro de 2019.  Além da imersão no campo, houve registros no diário de campo, possibilitando uma descrição densa da realidade. No contexto das oficinas realizada pelos promotores da saúde, o saber biomédico era hegemônico na condução das políticas públicas no controle da hanseníase. O mapeamento estatístico da hanseníase, a partir de símbolos interligados, sustentava esta racionalidade que se institucionalizava por meio de protocolos assistenciais, com ênfase na transmissibilidade, diagnóstico, tratamento medicamentoso, associada a problematização de ideias vinculadas ao pecado e a segregação. O segundo contexto cultural analisado desvelou uma pluralidade de conceitos e formas de convívio com a hanseníase pela comunidade de Laranjeiras, que podem ou não se contrapor aos conceitos biomédicos. Revelaram ainda elementos que entrecruzam corpos, bacilos, classificações, tratamento e cuidado, mas, sobretudo a experiência singular das pessoas que foram afetadas pela hanseníase. Esta compreensão demonstra a existência de um choque cultural desses dois contextos, o que impossibilita uma ação efetiva no controle da hanseníase. A cosmovisão de promotores de saúde e da comunidade precisam de interlocução a fim de nortear as ações em saúde, para que estas sejam mais efetivas no controle da hanseníase.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1653186 - DANIELA ARRUDA SOARES ALVES
Interna - 2391197 - ELIANA AMORIM DE SOUZA
Externo ao Programa - 3063238 - PAULO ROGERS DA SILVA FERREIRA - UFBAExterna à Instituição - ALBA BENEMÉRITA ALVES VILELA - UESB
Notícia cadastrada em: 13/12/2022 15:12
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