ANÁLISE IN SILICO DE MICRORNAS E A CORRELAÇÃO COM VIAS INTRACELULARES ASSOCIADAS A CICATRIZAÇÃO DE ÚLCERAS CUTÂNEAS: UMA PROJEÇÃO ÀS ÚLCERAS FALCÊMICAS.
Anemia Falciforme; Úlceras; Cicatrização; miRNAs
Introdução: A anemia falciforme é uma doença hematológica crônica, hereditária e autossômica recessiva. No Brasil, a anemia falciforme é um problema social e de saúde pública. As úlceras falciformes estão entre as complicações mais graves da anemia falciforme (AF). Até recentemente, as estratégias de tratamento para úlceras falciformes limitavam-se ao preparo do leito da ferida, remoção do tecido necrótico e controle da infecção. A investigação de biomarcadores para avaliar o grau de cicatrização da úlcera surge como uma terapia interessante para o controle do quadro. Objetivo: Estudar o perfil de expressão de miRNA e sua correlação com vias intracelulares associadas ao desenvolvimento e cicatrização de úlceras cutâneas. Metodologia: Dados públicos de transcriptomas, código de acesso GEO de GSE121996 foram analisados. As amostras foram examinadas por meio de ferramentas de bioinformática por meio da plataforma Galaxy. Posteriormente, foi realizada uma filtragem com base na razão entre o nível de expressão “fold-change” e o p-valor ajustado < 0,05, a fim de identificar os microRNAs expressos diferencialmente comparando os momentos: 0h x 24h, 0h x 5 dias e 24h vs 5 dias. Resultados: Identificamos 56, 82 e 46 miRNAs expressos diferencialmente em 0h vs 24h, 0h vs 5 dias e 24h vs 5 dias, respectivamente. Dentre os microRNAs identificados, destacam-se Mir129, Mir155, Mir204 e Mir211, Mir34c, Mir298 e Mir224, que regulam genes envolvidos nas fases de inflamação e proliferação celular na cicatrização de feridas. Conclusão: Com base nos resultados, foi possível evidenciar um conjunto de microRNAs expressos diferencialmente ao longo do processo cicatricial. Destas, destacam-se Mir34c, Mir298 e Mir224, que na literatura estão envolvidas com cânceres, mas que neste trabalho estão associadas a vias de sinalização associadas à cicatrização de feridas, auxiliando na resposta inflamatória, migração de queratinócitos e diferenciação de fibroblastos. A perspectiva futura é estabelecer uma correlação entre esses microRNAs e seus genes-alvo durante a cicatrização de úlceras falciformes em um sistema biológico.