AGENTES E ESCRIVÃES DE POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DA BAHIA, PERFIL, FORMAÇÃO E PRÁTICA POLICIAL: UM COMPARATIVO ENTRE AS TURMAS DO CONCURSO PÚBLICO DE 1997 E DE 2013
Formação profissional; prática policial; segurança pública.
O presente estudo discorre sobre as conexões entre a formação dos policiais civis (Bahia), e a sua aplicabilidade no cotidiano do trabalho, sob a ótica dos egressos dos cursos de formação policial da Bahia, realizados pela Academia de Polícia (ACADEPOL). Fundamentado na pesquisa científica da turma de 2013, em continuidade de análise anterior, realizada com a turma de 1997, reafirma o descompasso entre conhecimentos adquiridosnas academias, para o desempenho do trabalho policial e a realidade na qual se realiza o trabalho cotidiano da polícia. Contudo, pondera o descompasso com as evidências das dimensões, profissional, pessoal e qualidade da formação, nos três espaços de afetação, que dizem respeito diretamente às melhorias no desempenho do trabalho policial; as experiências inovadoras em contexto profissional, a partir das reflexões e investigações feitas durante o curso. Ainda não se desenvolveu uma compreensão coletiva sobre o papel social da polícia, e uma visão sobre a importância da formação e valorização do corpo de policiais. São questões referenciais da construção de uma instituição de valores democráticos, portanto, voltada ao atendimento dos interesses coletivos, em contraposição a defesa dos interesses e ideologias de governos. A pesquisa empírica de natureza qualitativa, utilizou-se de roteiro de entrevista semiestruturada, realizada através da web, utilizando como instrumento o Formulário Google (Google Form’s), com 28 questões personalizadas e respostas de múltiplas escolhas para a turma de 1997, e 25 questões para a turma de 2013, enviados através da plataforma Google, ou acesso através do Gmail, conforme endereço eletrônico constante na referência. A escolha das turmas resultou da experiência de 1997, última com escolaridade de nível médio a ingressar na instituição, enquanto a turma de 2013 ser a primeira a ingressar na Polícia Civil, com escolaridade de nível superior. Os resultados da formação dos policiais civis (Bahia) e a sua aplicação no cotidiano do trabalho evidenciou relativa conexão entre a formação recebida e prática profissional, observando-se maiores discrepâncias na turma de 2017, com nítido distanciamento de visão democrática e ruptura no entendimento da essência do significado do que é "disciplina", "justiça" ou “segurança pública”, aliado à defesa de direitos, seus ou de outrem.