Banca de DEFESA: TAISE MOURA TEIXEIRA DE JESUS

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : TAISE MOURA TEIXEIRA DE JESUS
DATA : 14/12/2022
HORA: 14:00
LOCAL: https://conferenciaweb.rnp.br/webconf/claudiani-waiandt
TÍTULO:

VÍTIMAS DO SILÊNCIO: uma análise da acessibilidade da pessoa surda ou com deficiência auditiva, vítima de violência, à rede de proteção

PALAVRAS-CHAVES:

Pessoa surda ou com deficiência auditiva; Violência; Acessibilidade; Rede de proteção; Atendimento.

PÁGINAS: 182
RESUMO:

Este trabalho busca examinar o atendimento à pessoa surda ou com deficiência auditiva, vítima de violência, na rede de proteção social setorial pública. A pesquisa empírica, de abordagem qualitativa exploratória, foi realizada em Alagoinhas-BA e fez uso de várias técnicas de coleta de informações, como documentos, entrevistas semiestruturadas e aplicação de questionário, além da observação da pesquisadora, que participa de ações sociais e trabalha no judiciário. O questionário, voltado aos servidores e agentes públicos do Poder Judiciário do Estado, Ministério Público, Defensoria Pública, Polícia Civil, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros, possibilitou coletar dados mais consistentes para compreender como se realiza o atendimento à pessoa surda ou com deficiência auditiva na rede de proteção. Paralelamente, foram realizadas 11 entrevistas semiestruturadas complementares: 6 com autoridades da rede proteção, quais sejam, 2 juízas, 1 promotor de justiça, 1 defensora pública, 1 delegada e 1 major do Corpo de Bombeiros, buscando analisar situações de violências vivenciadas por pessoas surdas ou com deficiência auditiva e a percepção desses atores sociais sobre os canais de atendimento e os obstáculos ao acesso à rede de proteção. Foram ainda entrevistadas cinco pessoas surdas ou com deficiência auditiva, cujos relatos trouxeram importantes aspectos das situações de violência experienciadas, destacando-se a violência sexual, a violência física, a violência psicológica e a negligência, que em grande parte não chega ao conhecimento das autoridades públicas por ausência de acessibilidade desses indivíduos à rede de proteção. Em relação à percepção dos atores públicos de quem é a pessoa surda ou com deficiência auditiva, houve destaque para a ideia de deficiência e dificuldade de comunicação. A maioria dos agentes da rede desconhece os serviços públicos e particulares para intermediar o atendimento dessas pessoas no órgão, por meio de tradução ou interpretação simultânea. Também há o entendimento majoritário de que a pessoa surda ou com deficiência auditiva está mais vulnerável a sofrer violência do que os demais indivíduos, em razão da ausência da audição, da dificuldade de comunicação, das barreiras na busca por socorro, da dificuldade de acesso aos órgãos púbicos e do preconceito. Não há capacitação adequada para atendimento dessas pessoas por parte dos órgãos, embora tenha sido identificada uma demanda expressiva e um interesse da maior parte dos servidores e agentes. Em relação aos canais de atendimento, tanto os agentes públicos quanto as pessoas surdas ou com deficiência auditiva concluíram que elas não têm acessibilidade, diretamente, aos serviços de emergência da Polícia, do Corpo de Bombeiros e demais serviços públicos da rede de proteção. A ausência de servidores capacitados ou de intérpretes de Libras para o atendimento do usuário, a falta de adaptação dos instrumentos de serviço, a ausência de informação, a baixa escolaridade e a baixa proficiência na Língua Portuguesa desse grupo de pessoas, bem como a falta de sinalização visual para um atendimento preliminar e a ausência de políticas públicas para educação e inclusão foram citadas como obstáculos no atendimento à pessoa surda ou com deficiência auditiva, vítima de violência.

MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - GUADALUPE MARCONDES DE MOURA
Interno - 1289633 - ANDRE LUIS NASCIMENTO DOS SANTOS
Interna - ***.487.235-** - ANDRIJA OLIVEIRA ALMEIDA - UFBA
Presidente - 1811457 - CLAUDIANI WAIANDT