INSTITUCIONALIZAÇÃO DE NEGOCIAÇÕES INTERNACIONAIS NO ESTADO DA BAHIA: A AÇÃO DO BANCO MUNDIAL NA TRANSIÇÃO DE ORDEM INTERNACIONAL
paradiplomacia; Banco Mundial; Bahia; desenvolvimento; neocorporativismo
A institucionalização das negociações internacionais no estado da Bahia ocorreu durante as décadas de 1970-1980 sob a ótica neocorporativa das lutas de classes, a partir da ação de um tripé de atores: a Bahia, o Brasil e o Banco Mundial. O processo decorre da interpenetração de fatores internos e externos no aparelho estatal sob a égide da nova ordem internacional neoliberal que criou novas institucionalidades nos países em desenvolvimento por meio dos organismos internacionais, em especial o Banco Mundial. O agenciamento primitivo das relações externas na Bahia nasce sob o pano de fundo da modernização conservadora no setor rural. Essa, balizada internamente pelo II Plano Nacional de Desenvolvimento (II PND) e pelos interesses classistas dominantes vinculados ao capital externo, e externamente pelo discurso de erradicação da pobreza nos projetos de desenvolvimento rural integrado do Banco Mundial. As reformas institucionais de fortalecimento da máquina pública via planejamento econômico gestadas no país a partir do governo Vargas, e na Bahia sob a liderança de Rômulo Almeida, proveram o perfil tecnocrático racional requisitado do Banco como parte da estratégia de inserção subjetiva (ideológica) via assistência técnica e organizacional. A expansão da descentralização federativa, marcada na Constituição federal de 1988, compõe o último elemento do processo de agenciamento da Bahia para as relações externas, que ocorreu em uma perspectiva federativa e horizontal (funcional), não importando uma autonomia de fato.