Os ventos do Atlântico Sul: perspectivas e entraves na relação de cooperação para o desenvolvimento entre Brasil e Angola.
Cooperação Internacional para o Desenvolvimento; Cooperação Sul-Sul; Cooperação Brasil-Angola
O Brasil ocupou uma relevante posição no Sistema Internacional ao servir como forte instrumento para a articulação da cooperação entre os países do Sul. Apesar de não ter sido precursor da cooperação Sul-Sul, ao longo da primeira década do século XXI foi vanguardista em internacionalizar programas sociais de redução da fome e das desigualdades. No tocante às relações com o continente africano, o modelo de cooperação brasileiro Sul-Sul começou a ser construído assentado em discursos que visavam se distanciar da retórica da cooperação tradicional verticalizada. Especificamente com Angola, tais relações encontram-se debruadas por elementos históricos e culturais semelhantes, cujas interações econômicas têm sido ampliadas desde 1980 pela Cooperação Técnica, principalmente nas áreas de saúde, cultura, administração pública, formação profissional, educação, meio ambiente, esportes, estatística e agricultura. O trabalho aqui apresentado busca, de uma forma geral, compreender os aspectos da Cooperação para o Desenvolvimento entre a República Federativa do Brasil e a República de Angola – principalmente no período concernente aos anos de 2003 a 2015, bem como entender as razões pelas quais a cooperação brasileira com Angola, no que se refere a repasses financeiros, apresentou menor relevância em relação a outros países africanos, sobretudo os lusófonos.