O DISCURSO DA SUSTENTABILIDADE EM TRABALHOS APRESENTADOS NO EPEA DIANTE DA COMPLEXIDADE DO CAMPO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Sustentabilidade, Educação Ambiental, Teoria Crítica, Teoria Crítica da Sustentabilidade, EPEA.
A presente pesquisa envolve o estudo sobre como discursos a respeito sustentabilidade são legitimados e como o conceito de desenvolvimento sustentável (DS) é disseminado na produção acadêmica, relacionando com o que é preconizado nos documentos oficiais e com a literatura da área de Educação Ambiental (EA) à luz da Teoria Crítica da Sustentabilidade. Para isso será adotado o método qualitativo, contemplando uma pesquisa bibliográfica e uma revisão sistemática de literatura. O processo de organização do texto monográfico encontra-se em andamento, pois o fio condutor que os conecta está sendo construído ao passo que os capítulos vão sendo sistematizados. Esse fio condutor responde às seguintes questões de pesquisa: quais possíveis caminhos sinalizados pela produção acadêmica em EA para que tenhamos indivíduos que buscam soluções sustentáveis em relação à problemática ambiental?. Como os pesquisadores do campo da EA comprometem seus escritos acadêmicos com a formação de cidadãos críticos e socialmente conscientes, envolvidos na realidade econômica e cultural de seu bairro, da sua cidade e de seu país? As bases teóricas que sustentam a pesquisa são elementos da Teoria Crítica, cuja epistemologia permite a apropriação dos discursos e sua crítica, e não apenas reproduzi-los como se fossem a única possibilidade. Na tentativa de alcançar o objetivo geral de compreender o emprego do termo sustentabilidade em trabalhos acadêmicos, elencamos os seguintes objetivos específicos: analisar artigos de anais do Encontro de Pesquisa em Educação Ambiental (EPEA) que contenham em suas palavras-chave o termo sustentabilidade e/ou desenvolvimento sustentável; identificar nesses artigos científicos discussões que contemplam os termos sustentabilidade, EA e DS, abordando-os em conexão com os conceitos de meio ambiente e natureza em uma linha crítica; estabelecer conexões entre os discursos críticos preconizados na literatura em EA e nos documentos oficiais desse campo, no Brasil, e o que se tem apresentado no principal evento da área, o EPEA. Essas intenções de pesquisa mostram-se pertinentes aos questionamentos que motivam esta pesquisa, que envolve a tentativa de problematizar determinados discursos que não reconhecem a complexidade do campo da EA e da problemática ambiental. Percebemos, ao longo das análises, que os autores abordam o termo sustentabilidade como sendo polissêmico, pois envolve, em sua utilização social e em produções acadêmicas, contextos distintos e que nem sempre revelam a complexidade que o termo carrega ao longo da sua construção.