APROPRIAÇÃO DE ASPECTOS FORMATIVOS DE LICENCIANDOS EM QUÍMICA POR MEIO DA ESCRITA, REESCRITA E MEDIAÇÃO DA LEITURA DE CONTOS DE FICÇÃO CIENTÍFICA.
Apropriação, Ficção científica, Contos, Formação de professores, Educação libertadora.
A pesquisa propõe investigar o grau de apropriação de aspectos formativos de licenciandos em química participantes do Programa de Iniciação à Docência, da Universidade Federal de Sergipe, por meio da escrita, reescrita e mediação da leitura de contos de ficção científica. Como aportes para discussão do uso da literatura de ficção científica no ensino de Ciências, utilizamos autores nacionais e internacionais que têm subsidiado as últimas pesquisas que buscam a interlocução entre Ciências e o Gênero de Ficção científica. Como fundamentação teórica, nos apoiamos na perspectiva de educação libertadora e na investigação temática de Paulo Freire, além de discutirmos alguns aspectos referentes às necessidades formativas de professores de Ciências, bem como sobre o programa de Iniciação à Docência e seu papel nesse contexto. Os dados foram coletados por meio de documentos e pela observação não participante. Os documentos analisados foram os contos escritos e reescritos, bem como as oficinas temáticas elaboradas pelos licenciandos para a mediação dos escritos em sala de aula. Selecionamos o conto por se tratar de gênero de leitura rápida, pouco cansativa. A análise da apropriação ocorreu pela via discursiva Bakhtiniana, sendo a apropriação percebida quando os sujeitos ressignificam os conceitos tornando-os próprios, em um processo enunciativo, onde as “palavras alheias” são reelaboradas dialogicamente a tal ponto que se transformam em “minhas alheias palavras”. Percebemos que a apropriação ocorria em maior ou em menor grau para diferentes aspectos formativos e, por isso, foram criadas três categorias emergentes denominadas de baixo grau de apropriação, grau intermediário e grau abstrato, para que pudéssemos diferenciar tais graus. A partir das análises realizadas para a primeira etapa de dados, podemos afirmar que o processo de escrita e reescrita de contos contribui para a apropriação de aspectos formativos que englobam o campo conceitual, pedagógico e sobre contextualização enquanto ponte entre literatura e ciências, além de contribuir com a promoção de habilidades de escrita e de fomentar a criatividade.