ATELIÊS DE INSURGÊNCIA PARA O ENSINO DE CIÊNCIAS: Ideias para uma reconciliação com a natureza A PARTIR DE DANIEL MUNDURUKU
Ensino de Ciências; relação humano-natureza; ecologia de saberes.
Entendo as relações humano-natureza na atualidade embebidas por utilitarismo e antropocentrismo que fomentam formas de ser e estar no mundo desligadas da dinâmica natural. O Ensino de Ciências, nessa perspectiva, tem somado com o afastamento do humano da natureza, uma vez que se aprisiona em narrativas e discursos monolíticos e hegemônicos das ciências modernas pautadas no cientificismo e reducionismo dos processos, fenômenos e seres naturais. Contudo, há culturas e povos que não deixaram se permitir esse afastamento, uma vez que suas ontologias mais próximas de uma lógica relacional compreendem e se percebem como pertencidos à natureza, impossibilitando qualquer construção epistêmica e prática dissociada dessa. Por isso, reflito se não seria possível aprender e dialogar no Ensino de Ciências junto a essas ontologias acerca de compreensões sobre natureza mais imbricada com o humano. Para isso, traço como objetivo de pesquisa criar ateliês de insurgência, espaços de diálogos horizontais entre Ciências e Saberes Tradicionais, a partir dos conhecimentos de Daniel Munduruku, como espaços formativos plurais para o Ensino de Ciências. Para responder esse objetivo, assumo como caminho metodológico a pesquisa do tipo qualitativa de abordagem narrativa, fundamentada a partir das matrizes paradigmáticas, epistêmicas e políticas dos estudos decoloniais.