Perfil epidemiológico de pacientes com COVID-19 internados em UTI pública no nordeste do Brasil
COVID-19; coronavírus; sintomas; vírus SARS-CoV-2; UTI
A pandemia da doença pelo Coronavírus 2019 (COVID-19) tornou-se uma grande preocupação de saúde em todo o mundo. Nesse contexto, a compreensão das características epidemiológicas e clínicas associadas à doença e sua gravidade é fundamental para o estabelecimento de estratégias visando o controle da doença. Este estudo tem como objetivo descrever características epidemiológicas, sinais, sintomas e achados laboratoriais em pacientes graves com COVID-19 de uma unidade de terapia intensiva no Nordeste do Brasil, bem como avaliar fatores preditores para desfechos da doença. O estudo incluiu 115 pacientes hospitalizados com COVID-19, com idade mediana de 65,60 ± 15,78. A dispnéia foi o sintoma mais frequente, acometendo 73,9% dos pacientes, seguido de tosse (54,7%). Febre foi relatada em aproximadamente um terço e mialgia em 20,8% dos pacientes. Pelo menos duas comorbidades foram encontradas em 41,7% dos pacientes, sendo a hipertensão a mais prevalente (57,3%). Além disso, ter duas ou mais comorbidades foi um preditor de mortalidade, e a menor contagem de plaquetas também foi associada positivamente à morte. Em relação aos sintomas, náuseas e vômitos foram preditores de óbito e tosse foi fator de proteção. Algumas diferenças nas características clínicas e epidemiológicas em pacientes com COVID-19 foram encontradas neste estudo quando comparado a investigações anteriores. Este é o primeiro relato de uma correlação negativa entre tosse e morte em indivíduos infectados por SARS-CoV-2 gravemente doentes.