PPGBIOCIENCIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOCIÊNCIAS (PPGBIOCIENCIAS) INSTITUTO MULTIDISCIPLINAR EM SAÚDE Telefone/Ramal: Não informado

Banca de DEFESA: RAFAEL SILVA ALMEIDA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : RAFAEL SILVA ALMEIDA
DATA : 17/02/2021
HORA: 14:00
LOCAL: Instituto Multidisciplinar em Saúde
TÍTULO:

FRACIONAMENTO BIO-GUIADO DO EXTRATO ETANÓLICO DAS FOLHAS DE Mimosa tenuiflora (WILLD.) POIRET E ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DAS FRAÇÕES, SUBFRAÇÕES E SORBIFOLINA SOBRE

Streptococcus mutans ATCC 700610


PALAVRAS-CHAVES:

Jurema preta, antibiofilme, anticariogênico, 5,6,4'-trihidroxi-7-metoxiflavona, cárie.


PÁGINAS: 9696
RESUMO:

Mimosa tenuiflora é conhecida popularmente como jurema-preta, amplamente distribuída no nordeste do Brasil, e utilizada em muitas comunidades para o tratamento de diversas doenças. Streptococcus mutans são patógenos gram-positivos formadores de biofilmes patogênicos e o principal agente etiológico associado ao desenvolvimento da cárie dental. Neste trabalho foi realizado um estudo bioguiado de fracionamento do extrato etanólico das folhas de Mimosa tenuiflora e análise da atividade antimicrobiana in vitro sobre S. mutans ATCC 700610. Extrato etanólico (EEMT), frações de hexano, diclorometano (FDMT) e acetato de etila (FAEMT), e subfrações de FDMT foram testados na determinação de Concentração inibitória mínima (CIM) e bactericida (CBM), inibição da aderência celular (CIMA) com células planctônicas de S. mutans. Compostos foram identificados na FDMT e nas subfrações ativas por cromatografia gasosa acoplada ao espectro de massa (CG-EM), e o composto 5,6,4'-trihidroxi-7-metoxiflavona (sorbifolina) foi identificado por ressonância magnética nuclear (RMN – H1). A atividade antimicrobiana de FDMT foi avaliada in vitro quanto à inibição da formação do biofilme, inibição da via glicolítica (formação de polissacarídeos), inibição da produção de ácido (pH drop), inibição da aciduricidade (permeabilidade à prótons), inibição da produção de DNA extracelular (quantificação de eDNA). A análise fitoquímica dos extratos por cromatografia de camada delgada revelou a presença de alcaloides, esteroides, flavonoides, ácidos fenólicos, polifenóis, saponinas e taninos. Compostos bioativos identificados em FDMT foram galato de etila (14,25%), sorbifolina (4,66%), ácido gálico (3,55%), ácido láctico (3,24%), ácido palmítico (1,42%), ácido salicílico (0,23%) e ácido 4-hidroxibenzóico (0,22%), e nas subfrações foram propilenoglicol, ácido lático, ácido oxálico, R-(3)-ácido hidroxibutírico, ácido salicílico, 4-ácido hidroxibenzoico, ácido vanílico, ácido protocatecóico, galato de etila, ácido gálico, ácido palmítico e sorbifolin, em diferentes concentrações e distribuição. EEMT apresentou CIM – 31,25 µg/mL, CBM – 62,5 µg/mL  e CIMA – 15,75 µg/mL, e FDMT foi a fração mais bioativa CIM – 15,62 µg/mL, CBM – 31,25 µg/mL  e CIMA – 7,875 µg/mL. A sorbifolina apresentou somente atividade bacteriostática (CIM 125 µg/mL) contra S. mutans e está presente em FDMT e nas suas subfrações D5.8, D6.6, D6.7, D5.8.1 e D6.6.1.  FDMT 6,25 mg/mL demonstrou atividade bactericida (diminuição CFU/biofilme), redução da produção de glucanos solúveis (FDMT 3,125 mg/mL) e insolúveis (FDMT 3,125 e 6,25 mg/mL), diminuindo níveis de eDNA (FDMT 3,125 e 6,25 mg/mL) em biofilmes formados maduros em relação ao grupo veículo (Etanol 10%, v/v) (p < 0,05). FDMT (3,125 mg/mL) reduziu a produção de ácido do biofilme de S. mutans no período de 30 a 120 min em comparação ao veículo (p < 0,05). O pH final em 120 min foi de 6,83 para clorexidina, 5,36 para FDMT e 4,4 para veículo. FDMT (6,25 mg/mL) reduziu a permeabilidade de prótons da membrana celular de S. mutans em 80, 82 e 120 min em comparação com o veículo (p < 0,05). Desta forma, a fração de diclorometano possui vários compostos bioativos que agem de forma sinérgica na inibição da formação do biofilme cariogênico com atividade bacteriostática/ bactericida, atuando principalmente na inibição dos principais fatores de virulência de S. mutans, como a produção de polissacarídeos extracelulares, DNA extracelular, e diminuição da acidogenicidade e aciduricidade. Este é o primeiro relato da atividade bacteriostática de sorbifolina sobre S. mutans. Deste modo, M. tenuiflora é uma fonte promissora para o desenvolvimento de novos fitoterápicos e fitofármacos anti-placa e/ou anti-cárie, sendo que novos estudos devem ser realizados futuramente in vivo.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1553274 - REGIANE YATSUDA
Interno(a) - 1788171 - BRUNO OLIVEIRA MOREIRA
Externo(a) ao Programa - 2342538 - GUILHERME BARRETO CAMPOS
Notícia cadastrada em: 16/02/2021 23:11
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