Análise e seleção de proteínas antigênicas de Mycoplasma bovis na busca de candidatos vacinais ou diagnóstico
M. bovis; imunodiagnóstico; infecções bovinas; proteína recombinante; vacinologia reversa.
Mycoplasma bovis é um dos principais agentes etiológicos em bovinos e está presente principalmente em infecções como mastite, doenças respiratórias e artrite. O tratamento dessas doenças é limitado. Assim, a prevenção demonstra ser uma importante alternativa. Contudo, no Brasil não se tem dados sobre vacinas eficazes contra o M. bovis. Dessa maneira, o objetivo deste trabalho foi a análise e seleção de proteínas conservadas em M. bovis, para a validação e aplicação em vacinas e teste imunodiagnóstico. Os alvos foram selecionados através de ferramentas de bioinformática, utilizando o banco de dados Uniprot para a obtenção dos proteomas. As proteínas foram avaliadas utilizando PsortB para localização subcelular. Adicionado a isso, foram realizadas as seguintes predições: presença de regiões transmembrânicas e peptídeo sinal utilizando o banco de dados TopCons. Foi avaliada ainda a homologia entre os dois proteomas de M. bovis, através do programa público CD-HIT. Para a predição de epítopos foi utilizado o consenso de ferramentas dispostas no IEDB, para a predição de epítopos de células B, e a utilização de NETMHCcons e NETMHCIIpan 3.1 para as predições de epítopos de células T, apresentados em vias de MHCI e MHCII, respectivamente. As proteínas selecionadas foram então, clonadas e expressas em células de Escherichia coli. Após a purificação, as proteínas foram avaliadas quanto a antigenicidade e validadas a partir de ensaios de dot blotting com soro de coelho sabidamente contaminados com M. bovis. A proteína A0A0Y59Y3U4 foi predita pelo consenso entre as ferramentas de bioinformática, como bom alvo ao estudo. A otimização da expressão desta seguiu com a utilização de seis linhas de E. coli. Entretanto, quatro dessas (Arctic, pLysS, BL21 e C41) apresentou resultado significativo, sendo a C41, apresentando o melhor rendimento. Após a purificação, a proteína foi então submetida à avaliação de reatividade contra soros sabidamente infectados com M. bovis, onde a proteína reagiu aos soros testados. Com isso, os resultados obtidos no presente estudo abrem-se margem para avançar com os estudos utilizando esta proteína em etapas de experimentação animal em busca de um candidato vacinal efetivos para o controle dessa enfermidade.