Efeito antitumoral e antiangiogênico da BthMP, uma metaloprotease isolada da peçonha de Bothrops moojeni
Peçonha de serpente, metaloprotease, Bothrops moojeni, Cancêr, angiogênese.
O câncer de pulmão é segundo tipo de câncer mais prevalente e o primeiro em número de óbitos em todo o mundo. Neste contexto, diversos estudos têm demonstrado que toxinas isoladas da peçonha de serpentes vêm sendo investigadas com o objetivo de desenvolver futuros fármacos para terapia contra o câncer. Assim, avaliamos os efeitos antitumorais e antiangiogênicos da metaloprotease BthMP isolada do veneno de Bothrops moojeni em células de câncer de pulmão e linhagem endotelial de cordão umbilical humano (HUVEC). A BthMP foi citotóxica para células de câncer de pulmão (A549) apresentando inibição da formação de colônias pelo ensaio clonogênico e aumento dos níveis de LDH nas concentrações de 40 e 5μg/mL. Além disso, nessas mesmas concentrações, a BthMP inibiu a invasão, migração e adesão das células A549 além de aumentar os níveis de espécies reativas de oxigênio e óxido nítrico. Interessantemente a toxina não interferiu nos processos de citotoxicidade e adesão das células de pulmão não tumorigênica. A BthMP inibiu a adesão e migração de HUVECs e bloqueou a angiogênese in vitro de forma dependente de VEGF, um fator pró-angiogênico essencial. Além disso, a toxina foi capaz de inibir o processo angiogênico através de um ensaio ex vivo do anel aórtico. Por fim, foi possível observar no ensaio de migração das células A549, que a inativação da atividade catalítica da toxina aboliu o efeito inibitório da toxina, demonstrando que a atividade antitumoral da metaloprotease está associada à sua atividade catalítica. Portanto, esses resultados demostram que a toxina BthMP tem um efeito antitumoral e antiangiogênico significativo no câncer de pulmão e em células endoteliais e representa uma importante ferramenta biotecnológica visando uma nova forma de terapia contra o câncer.