PPGLITCULT PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LITERATURA E CULTURA (PPGLITCULT) INSTITUTO DE LETRAS Telefone/Ramal: Não informado

Banca de DEFESA: SAMIRA SOARES SA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : SAMIRA SOARES SA
DATA : 22/07/2022
HORA: 15:30
LOCAL: ESPAÇO VIRTUAL
TÍTULO:

“É COMO SE FOSSE DA FAMÍLIA”: REPRESENTAÇÕES DO LUGAR DA EMPREGADA DOMÉSTICA EM

TEXTOS DE CONCEIÇÃO EVARISTO, CLARICE LISPECTOR E PRETA RARA


PALAVRAS-CHAVES:

Empregada doméstica; Escritoras negras; Literatura negra; Racismo
estrutural.


PÁGINAS: 152
RESUMO:

Esta dissertação é resultado de um estudo sobre os modos como as trabalhadoras domésticas
são representadas na Literatura Brasileira a partir de um campo de amostragem específico, a
saber, textos das autoras Clarice Lispector e Conceição Evaristo. Investi em leituras
contrastivas dos contos do livro Olhos d’água (2017) e do romance Becos da memória (2017),
de Conceição Evaristo, em contraponto com crônicas selecionadas de Clarice Lispector em A
descoberta do mundo (1973), assim como no romance A Paixão Segundo G.H (2016).
Busquei ler as autoras tempestivamente, compreendendo a distância histórica de cerca de 40
anos entre seus textos, mas também observando, através do livro Eu empregada doméstica: a
senzala moderna é o quartinho de empregada (2019), de Preta Rara, que as representações
subalternizadoras (SPIVAK, 2010; KILOMBA, 2019) que comparecem nos textos de
Lispector permanecem no imaginário e nas práticas de tratamento nas casas do Brasil
contemporâneo, notadamente, no contexto de emergência de uma direita supremacista. A
partir das estruturas de opressão discutidas e atualizadas pela literatura, esta dissertação visa
evidenciar a importância de escritoras negras falarem sobre as empregadas domésticas
(COLLINS, 2019) e outros sujeitos socialmente explorados e invisibilizados, através de uma
posição que torna audível as falas de pessoas subalternizadas rasurando (SOUZA, 2017),
assim, a parte estruturante do cânone representacional da nossa Literatura. Ao investir nas
discussões aqui empreendidas, apresentei alguns elementos do funcionamento daquilo que
compreendo como sendo a engrenagem dessa máquina supremacista e colonial, que se utiliza
de estratégias culturais, políticas e formas de socialização para naturalizar a subalternização
de sujeitos lidos como minoritários, principalmente mulheres negras (CARNEIRO, 2005). A
citada máquina está em prática em diversos objetos de cultura, como a Literatura, e nos
estudos a ela correlatos, produzindo e reproduzindo a constante minoração de sujeitos,
colocando as personagens negras em papéis de invisibilidade, subalternidade e marginalidade.
Neste estudo, a Literatura Negra comparece como via de rasura das imagens de controle
(COLLINS, 2019) que vigoram sobre nossas vidas apontando o racismo estrutural
(ALMEIDA, 2018) como o limite das literaturas ditas hegemônicas.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 3365799 - LIVIA MARIA NATALIA DE SOUZA SANTOS
Externa ao Programa - 1818425 - ANA LUCIA SILVA SOUZA
Externa à Instituição - FERNANDA FELISBERTO DA SILVA - UFRRJ
Notícia cadastrada em: 26/07/2022 14:57
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