IMAGENS DA CIDADE NA CENA CONTEMPORÂNEA
Estética, política, ocupação, cidade, literatura.
No ato de “fazer um rolê”, os jovens pixadores saem para aproveitar a cidade que conhecem em detalhes a fim de deixar suas marcas nos muros, superfícies e topos dos prédios (CALDEIRA, 2014). Não estariam nossos demais artistas e escritores contemporâneos fazendo o mesmo dentro dessa lógica de uma ocupação que envolve o risco e o desejo de construir narrativas, e demais marcas, que construam não apenas a sua própria inscrição na cidade, mas uma forma outra de cidade na qual eles (artistas e arte) não são descartáveis e são, por que não dizer, indispensáveis? Esses artistas, em alguma medida, tensionam o espaço da cidade e o campo artístico na medida em que os ocupam estética e politicamente. Em tempos de crise, o campo cultural tem se constituído espaço de resistência e insurgência, não se abstendo da sua força estética e política. Diante disso, a presente pesquisa se propõe a pensar a produção contemporânea a partir das ideias de ocupação e tensão a partir de usos outros do espaço sobretudo urbano e artístico. São colocadas em cena produções artísticas, como poemas, performances e produções cinematográficas que, surgindo no presente, provocam o nosso tempo e vão se propondo a ressemantizar a cidade que se apresenta ambígua, enigmática, labiríntica, fragmentada. A partir delas temos a materialização do fim das metanarrativas e a escrita dos ruídos, dos restos, como estéticas insurgentes