ROMANCES INDIANOS CONTEMPORÂNEOS: VOZES COMBATENTES EM CHÃO DE INSURGÊNCIA
Literatura indiana. Escritoras indianas. Romances contemporâneos. Índia pós-colonial.
Quais temas emergem das narrativas indianas contemporâneas feitas por mulheres? Não só na Índia, mas em grande parte do mundo, as culturas, as literaturas e as histórias foram moldadas, inicialmente, por perspectivas masculinas. As obras de ficção a serem analisadas nesta pesquisa são: The Space Between Us (2005) de Thrity Umrigar (1961) e The Ministry of Utmost Happiness (2017) de Arundhati Roy (1961). Estas narrativas abordam as desigualdades experimentadas pelas indianas e pelos indianos em uma nação que tenta se desvencilhar do patriarcado e da herança assimétrica do sistema de castas. Embora a Índia tenha se emancipado do poder imperial na primeira metade do século XX, ela ainda se encontra conectada cultural e epistemologicamente ao poder britânico. Desempenhando o papel de intelectuais em uma Índia pós-colonial, as autoras diaspóricas que constituem o corpus desta tese apontam caminhos de descolonização e reconstrução identitárias. Apesar de serem relevantes os aspectos históricos e sociológicos para a análise das culturas indianas, a pesquisa está inserida no campo dos estudos literários, portanto é a representação a grande protagonista dos esforços investigativos. O referencial de cunho teórico para a realização das etapas da pesquisa fundamentou-se, principalmente, em abordagens temáticas da literatura pós-colonial (BHABHA, 1983; SAID, 2007 e VISWANATHAN, 2015), dos estudos subalternos indianos (GUHA, 1988; SPIVAK, 1988 e CHAKRABARTY, 2000) e da intelectualidade contemporânea (MEHTA, 1998 e FOUCAULT, 2006). As representações literárias de conflitos, das opressões e das múltiplas expressões identitárias são recortes e retratos estéticos e políticos do contexto histórico no qual as autoras indianas se encontram.