PPGLITCULT PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LITERATURA E CULTURA (PPGLITCULT) INSTITUTO DE LETRAS Telefone/Ramal: Não informado

Banca de QUALIFICAÇÃO: MILENA PAIXÃO DA SILVA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : MILENA PAIXÃO DA SILVA
DATA : 03/12/2021
HORA: 09:00
LOCAL: Skype
TÍTULO:

Escreve, Carolina! Resiste, Carolina!

Contornos da escrita de resistência


PALAVRAS-CHAVES:

Carolina Maria de Jesus; Escrita Literária;  Escrita de Resistência.


PÁGINAS: 82
RESUMO:


À revelia das operacionalizações do silenciamento exercidas pelas estratégias de manutenção do poder hegemônico, insubmissas vozes literárias parecem imbricar suas resistências à escrita, rompendo domínios impostos para os quais a invisibilidade dos seus corpos e dos seus textos é conduzida. Não raro, tal imbricamento, em estudos de crítica literária, concebem a escrita como arma, instrumento ou ferramenta de resistência. Contudo, este trabalho tem investigado a escrita enquanto ato em si de resistência. Nessa perspectiva, análises de dados biográficos e  escritos da vasta produção artística e literária da escritora e intelectual Carolina Maria de Jesus são realizadas como manobra para buscar compreender como a resistência dessa mulher negra concatena-se com sua escrita literária. Para tanto, reflete-se sobre o nascedouro dessa escrita (JESUS, 2015) em diálogo com o gesto ancestral da grafia-desenho da mãe de Conceição Evaristo (EVARISTO, 2007). Reflete-se também sobre as escolhas discursivas de Carolina Maria de Jesus, que parecem transitar entre o rebuscamento vocabular do português clássico e o pretuguês, conceituado por Lélia Gonzalez(GONZALEZ, 2020). Tal análise tem como principais aportes o caderno autógrafo de número 11 (JESUS, 1958) e o LP Quarto de Despejo (JESUS, 1961). Já as discussões sobre resistência dialogam com as concepções de quilombo, enquanto instituição de resistência, demonstradas por Beatriz Nascimento (NASCIMENTO, 2006) e do Quilombismo, enquanto ideologia de resistência, defendida por Abdias do Nascimento (NASCIMENTO, 1985), perlaboração que desenha uma possível genealogia do conceito. Percorrer esses caminhos, guiados por escritos de Carolina Maria de Jesus, como uma espécie de cartografia, fomenta a construção de um conceito experimental de escrita de resistência que, delineado na tessitura e na escritura do texto literário, empreendido, sobretudo por corpos diaspóricos femininos, nos faz pensar a escrita não como arma, nem ferramenta, ou instrumento, mas enquanto materialidade de existências resistentes.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2522438 - SUZANE LIMA COSTA
Interna - 1064696 - ALVANITA ALMEIDA SANTOS
Externa à Instituição - AMANDA CRISPIM FERREIRA
Notícia cadastrada em: 22/11/2021 09:13
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