Análise dos roteiros de Flores raras: O percurso criativo do filme sobre Elizabeth Bishop
Literatura; Filme; Gênese; Flores raras; Flores raras e banalíssimas; Bishop & Lota.
A literatura e o cinema, como formas de linguagem e expressão artística, têm dialogado cada vez de maneira mais próxima. Pensando na adaptação do texto do romance de Carmem Lúcia Oliveira para o filme de Bruno Barreto, podemos considerar que essa recriação na cultura alvo se apresenta com múltiplas possibilidades interpretativas, trazendo traços do texto que lhe antecedeu. É sob esse prisma que o presente trabalho visa mostrar o filme Flores Raras como uma adaptação do romance Flores Raras e banalíssimas. Para conhecer os caminhos que levaram à criação da obra cinemática, com base nos roteiros disponibilizados pela Produtora LC Barreto, refletimos sobre a gênese da referida obra através da análise dos documentos de seu processo de criação, utilizando princípios e critérios da crítica genética, além dos estudos de adaptação e intermidialidade. Nos propusemos a fazer uma reflexão sobre a criação do filme através da análise dos manuscritos deixados pelos roteiristas, entendendo que esse processo de análise da transposição de um texto literário para um texto fílmico revela que a tão debatida oposição livro/filme tende a se transformar cada vez mais numa relação suplementar, reafirmando que todo texto em si é completo, mas há nele certas características relevantes para serem tratadas pelo autor que se propõe a ressignificá-lo.